De modo a aumentar o nível de cumprimento e, consequentemente, melhorar a pontualidade e a confiabilidade dos horários dos SMTUC, a proposta de ajuste de horários permite igualmente aliviar o “stress mecânico sobre os autocarros” e o “o stress e desgaste psicológicos sobre os motoristas e a irritação dos utilizadores”, inerentes aos atuais tempos de viagem desajustados da realidade, uma circunstância que se verifica desde há muitos anos, conforme referem os motoristas dos SMTUC.
Na análise das viagens perdidas ao longo de 2024, até novembro (11 meses), verifica-se que as linhas 6/6F, 7, 7T, 24T e 37 representam cerca de 46% das viagens perdidas, por “não cumprimento de horário”, e cerca de 23% por “interrupção da via”. Nesse sentido, resulta a necessidade de efetuar ajustes no tempo das viagens, com um ligeiro aumento desses tempos, para permitir a melhoria da qualidade do serviço através de um mais rigoroso cumprimento dos horários. Por outro lado, verifica-se um aumento considerável de procura na Linha do Botânico, o que leva a que seja preciso criar condições para dar resposta a esta situação positiva, o que a proposta também considera.
Este ajustamento de horários, em particular nas linhas 7, 7T e 24T, a 28/11/2024, e das linhas 6 e 37, vai ser objeto de avaliação permanente e da necessária revisão. Segundo a proposta, este ajuste pode, naturalmente, ser alterado quando terminarem as principais obras da cidade e quando o MetroBus estiver em pleno funcionamento, de acordo com o estudo técnico global, já aprovado pela Câmara Municipal.
Importa ainda destacar, tal como refere o despacho do presidente da CM de Coimbra, que o atual Executivo e o Conselho de Administração dos SMTUC “estão a cumprir o plano de renovação da frota, que anteriormente não existia, para compensar a grave falta de investimento de anteriores executivos camarários, que quase abandonaram os SMTUC à sua sorte e que agravaram os seus desequilíbrios”. “Só a redução dos transportes durante a pandemia COVID-19 e a não divulgação das estatísticas reais evitaram que os desequilíbrios fossem publicamente notórios mais precocemente, embora sentidos por muitos individualmente”, acrescenta José Manuel Silva.
O autarca lembra ainda que “de 2013 a 2021, durante oito anos, foram adquiridos apenas dez novos autocarros a diesel e oito novos autocarros elétricos standard, e sete miniautocarros diesel, 11 miniautocarros elétricos novos e dois híbridos, num total de 40 autocarros novos; neste mesmo período foram adquiridos 49 autocarros usados”. Por sua vez, desde 2022, inclusive, foram adquiridos 12 autocarros usados e 27 autocarros elétricos novos, estando prevista e financiada para 2025 a compra de mais 30 autocarros elétricos novos, 14 standard e 16 médios. “Uma extraordinária melhoria relativamente ao passado e que possibilitará o abate das viaturas mais velhas e sujeitas a um maior número de avarias, com uma redução acentuada da idade média da frota”, sublinha José Manuel Silva.
Deste modo, o presidente da CM de Coimbra entende estarem “finalmente a ser implementadas soluções reais que visam contribuir para a resolução dos problemas dos SMTUC a curto/médio prazo, devendo continuar a cumprir-se o plano de renovação da frota, a valorização das carreiras públicas e a adequação dos horários às realidades em evolução, sempre com o objetivo de melhor servir os munícipes, numa importante perspetiva de inclusão, bem como as pessoas de outros concelhos que se deslocam a Coimbra e os turistas”.