“Solicitámos à CP que, ainda antes do início do levantamento dos carris, se possível, ficassem ali uma ou duas carruagens e uma locomotiva, a guardar uma memória ferroviária da estação”, disse à agência Lusa o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva. A autarquia pretende que a presença da locomotiva e da carruagem com interesse museológico possam também ajudar a contar “a história da ferrovia na cidade”, explicou, referindo que a CP mostrou “abertura e disponibilidade para se encontrar uma solução, se possível antes de os carris serem retirados”.
No âmbito do SMM, a ligação ferroviária entre Coimbra-A e Coimbra-B irá terminar, passando a circular naquele traçado, no futuro, autocarros elétricos articulados. Quanto ao futuro a ser dado à Estação Nova, José Manuel Silva salientou que “nada está fechado”. “Ninguém iria aceitar e seria discutível e criticável, nesta fase pré-eleitoral, tomarmos decisões definitivas sobre o futuro da estação. Consideramos que as decisões deverão ser tomadas pelo próximo executivo”, disse. Para José Manuel Silva, o futuro a ser dado à estação “será certamente objeto de debate durante o período eleitoral”.
Para o autarca, deveria haver uma parte museológica, uma grande praça pública de fruição, com componente de restauração e comércio, aproveitando-se a ligação direta ao rio, com zonas arborizadas e ajardinadas. “Temos as nossas ideias e queremos debatê-las com a cidade”, afirmou.
Questionado pela Lusa sobre se teria sido possível reverter o projeto do fim da ligação ferroviária quando tomou posse, em 2021, José Manuel Silva disse que essa decisão seria “voltar à estaca zero”. “Todo o projeto teria de ser revisto, o financiamento seria perdido e iria atrasar Coimbra durante anos. Entendemos não reverter e não parar o processo”, disse, pois tal decisão seria gravosa para a cidade.
LUSA/CM de Coimbra