Na Casa da Cidadania da Língua, a tarde de sábado vai ser, integralmente, dedicada à poesia de Camões e, assim, se encerra um conjunto de sessões do projeto “Slam Camões”, um campeonato de poesia falada criado para mostrar que a poesia clássica é aquela que já viveu as ruas de outros tempos. No “Slam Camões”, desconstrói-se, honra-se e valoriza-se o grande poeta da língua portuguesa e abrem-se espaços de escuta e troca para poetas contemporâneos. Tudo, com humor, irreverência e alegria, num processo antropofágico.
A iniciativa, organizada em três etapas, tem início às 16h00, com a oficina “Verso Pouco é Muito”, inédita em Portugal, conduzida por Anna Zêppa, tendo como ponto de partida a prática japonesa “haicaísta”, focada na potência da concisão na poesia e na ligação da escrita poética ao quotidiano. Anna Zêpa, poeta nas expressões de Literatura, Teatro e Cinema, detém vários livros de poesia publicados.
Já a Gonçalo Antunes, mestre em Antropologia do Desenvolvimento, cabe a tarefa da leitura do “Canto X”, de Luís de Camões, entre as 18h00 e as 19h00. Num desafio performativo, o antropólogo e ilustrador de Coimbra propõe-se a ler os 10 Cantos de “Os Lusíadas”. A encerrar a temporada 2024 do “Slam Camões”, Maria Giulia Pinheiro, doutoranda em “Discursos: Cultura, História e Sociedade” na Universidade de Coimbra e criadora do “Slam Camões”, vai apresentar o último “poetry slam”, a partir das 19h00, com fim previsto às 20h30.
“Poetry slam” é um jogo em que, durante três rondas, poetas dizem poemas autorais com a duração não superior a três minutos, sem acompanhamento musical, sem figurinos e objetos cénicos, e cinco pessoas, escolhidas aleatoriamente na plateia, os “jurados”, classificam, de zero a 10, as performances poéticas.
O “Slam Camões” é uma iniciativa promovida pela Associação Portugal Brasil 200 anos, em parceria com Câmara Municipal de Coimbra e o Centro Interuniversitário de Estudos Camonianos da Universidade de Coimbra, para celebrar o legado de Luís Vaz de Camões.