3 Outubro 2024

Casa da Cidadania da Língua em Coimbra quer crescer e deixar de ser “foco político”

Casa da Cidadania da Língua em Coimbra quer crescer e deixar de ser “foco político”

A Associação que assume a co-curadoria da programação da Casa da Cidadania da Língua (CCL), espaço municipal, realçou que promoveu cerca de 40 eventos no primeiro semestre e ambiciona crescer numa casa que “era invisível”, mas que ainda é “objeto de arremesso político”. A Associação Portugal Brasil 200 Anos (APBRA) apresentou hoje, 3 de outubro, o relatório de atividades do primeiro semestre de programação da CCL, com a presença do presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, e da diretora do Departamento de Cultura, Maria Carlos Pêgo. José Manuel Silva vincou que esta apresentação do relatório do primeiro semestre vai “ao encontro da filosofia de transparência” do Município, considerando que o escrutínio que o espaço recebeu “é um estímulo para fazer mais e melhor” e pediu que este espaço deixe de ser “foco político”.

Ao longo do primeiro semestre, a Casa da Cidadania da Língua recebeu exposições, palestras, performances, espetáculos e residências literárias, num total de cerca de 40 eventos, num ano que tem como tema de programação os 500 anos do nascimento de Camões.

 

Na conferência de imprensa, o responsável da APBRA, José Manuel Diogo, salientou que o relatório, documento de 86 páginas divulgado e publicado no ‘site’ da casa, apresenta “com detalhe e rigor” todo o dinheiro gasto no primeiro semestre (cerca de 42 mil euros), sem ter ido “um cêntimo” para a associação que dirige.

 

José Manuel Diogo reconheceu que aquele espaço estava “escondido de si próprio” e ficou “aprisionado de narrativas”. “Gostávamos de ter mais adesão”, admitiu José Manuel Diogo, realçando, no entanto, que a afluência apesar de não ser tão grande como a associação “gostaria que fosse”, será “maior do que era”.

 

Também o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, defendeu que o espaço deveria “deixar de ser objeto de arremesso político”. Aquela casa “tem tudo para crescer e o crescimento passa pelo envolvimento de todos e de todas”, salientou. José Manuel Silva salientou também a repercussão mediática, à escala nacional internacional, que a CCL conseguiu, ao contrário do que acontecia no passado com a atividade da Casa da Escrita.

 

Relativamente ao número de pessoas que passaram pela Casa da Cidadania da Língua este ano, o responsável da APBRA referiu que o espaço não tem, de momento, “mecanismos de contabilização” de público. “Quero lançar o repto para virem cá”, vincou, desafiando quem critica a fazer sugestões e a participar na programação. Para o presidente da APBRA, a casa “era invisível e hoje já não o é, mas ainda não pelas boas razões”, considerando que ainda é preciso fazer trabalho para garantir uma casa mais aberta e menos escondida da cidade.

 

Durante a conferência de imprensa, José Manuel Diogo referiu que o tema de 2025 para a programação da casa estará centrado na descolonização do património físico e intelectual.

 

LUSA/ CM de Coimbra

 

Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | João Paulo Silvano

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