O culminar da programação “Abril por Dizer” contou com vários momentos de celebração dos 50 anos da Revolução do Cravos, promovidos pela Comissão Municipal para as Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. A reta final do programa começou com a exibição do documentário de Tiago Cravidão, “Ó Manel! Há uma revolução em Lisboa”, no dia 20 de setembro, na Casa do Cinema de Coimbra, que contou com o envolvimento do público. Um registo dos pequenos gestos do quotidiano, das memórias individuais da revolução, sobretudo das rotinas que, naquela quinta-feira de 1974, foram interrompidas. O documentário, contado no feminino, foi visto por 207 espetadores e contou com a presença das protagonistas no final para um momento de conversa com o realizador.
Nos dias 20 e 21 de setembro, decorreu o espetáculo de dança e de música “E se fizéssemos tudo outra vez?”, de Madalena Victorino, com direção musical de Johannes Krieger e de Pedro Salvador. Os espetáculos contaram com a forte participação da comunidade. A iniciativa foi desdobrada em dois momentos: o comício revolucionário (na sexta-feira), que decorreu no Pavilhão Palmeira do Sport Clube Conimbricense, contou com a participação de 120 pessoas no elenco e com a assistência de mais 300 pessoas, e o jantar revolucionário (no sábado), que decorreu na Liga dos Combatentes, e que contou com mais de 80 pessoas no elenco e com a lotação máxima de 100 pessoas. Em ambos os espetáculos, que totalizaram a presença de 600 pessoas, foi imprescindível o apoio e à adesão de várias associações e entidades do concelho.
De recordar que para o documentário “Ó Manel! Há uma revolução em Lisboa” e para os espetáculos “E se fizéssemos tudo outra vez?”, o Município de Coimbra lançou “calls” de participação à comunidade, o que terá contribuído para esta forte adesão.
A iniciativa “Movimentos e Pensamentos Revolucionários”, que decorreu na tarde de sábado, no Centro de Documentação 25 de Abril, no Colégio da Graça, contou com a lotação máxima de 40 pessoas. Historiadores da Associação Rebobinar, com o apoio do Centro de Documentação 25 de Abril, em interação com bailarinos, invocaram momentos históricos do 25 de Abril, onde a palavra e o movimento coexistiram para contar aspetos relacionados com a Rua da Sofia e com Coimbra.
A programação terminou em grande, no domingo, na Praça da Canção, com o espetáculo “Abril por Cantar”, que juntou as tês bandas filarmónicas do concelho: Filarmónica União Taveirense, Filarmónica Adriano Soares e Filarmónica da Associação Recreativa e Musical de Ceira, com direção artística e musical de Luís Figueiredo, e com direção e condução de Pedro Carneiro. O espetáculo, produzido pela Blue House, contou, ainda, com convidados de diferentes gerações, nomeadamente o incontornável Sérgio Godinho, Manuela Azevedo e Hélder Gonçalves (ambos músicos dos Clã), Beatriz Vilar, JP Simões e Selma Uamusse, totalizando cerca de 90 pessoas em palco. No público, estima-se a presença de mais de 1.500 espetadores neste grande concerto.
De relembrar que a programação “Abril por Dizer” vai incluir, ainda, um itinerário especialmente criados para o efeito, intitulado “25 de Abril, o Caminho da Liberdade”, que vai permitir dar a conhecer lugares que guardam a memória dos tempos da ditadura e do combate pela liberdade. O roteiro vai ser apresentado em breve.
A Comissão Municipal para as Comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, criada pela CM de Coimbra, é composta por Luís Marinho, presidente da Assembleia Municipal, Delfim Leão, vice-reitor da Universidade de Coimbra, Cristina Faria, diretora do Centro Cultural Penedo da Saudade, Catarina Pires, secretária do Conselho Municipal de Cultura e presidente da Associação Há Baixa, António Cerdeira, coordenador intermunicipal do Plano Nacional das Artes, Manuel Rocha, professor do Conservatório de Música de Coimbra, e Helena Duque, coordenadora intermunicipal da Rede de Bibliotecas Escolares.