O Festival Apura regressa para mais uma edição, dando continuação ao trabalho de mapeamento, reconhecimento, valorização e capacitação da arte emergente, independente e alternativa, de artistas locais e emergentes, incentivando a sua representatividade e consolidando o mote “Apura o teu underground”. Seguindo esta linha condutora, o 5º ano do evento pretende, pois, fomentar o acesso à cultura e à democracia cultural, potenciar novas visões artísticas, novos momentos de partilha de património cultural imaterial e, ainda, reforçar as dinâmicas entre a arte produzida localmente e os diversos movimentos artísticos que se desdobram por todo o país. Em 2024, o projeto integra 50 propostas artísticas, 17 estreias, cerca de 50 artistas e 15 coletivos artísticos.
A 5ª edição do Apura prossegue com o objetivo de implementar uma programação cultural mais vasta e aposta na programação do tecido artístico local e nacional emergente, em paralelo com a importância da valorização do património local, designadamente das repúblicas, reconhecendo o papel estratégico que estes espaços comunitários desempenham na relação da comunidade académica com o tecido cultural e artístico da cidade. Razões que levaram a CM de Coimbra a apoiar financeiramente o festival com 8.900 euros.
Na edição deste ano, que conta também com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, a programação realiza-se em vários espaços da CABB (jardim, cave e sala de exposições), com cenografia da responsabilidade do Colectivo Zás, e na República da Praça, abrangendo práticas artísticas convencionais e não convencionais, dividindo-se entre exposições, instalações, performances, concertos e DJ Sets.
Com início a 26 de setembro, o Festival Apura arranca no jardim da CABB, com o concerto da banda conimbricense Bumps, que marca o início da parceria com o projeto MIC (Música Independente de Coimbra), da Blue House, passando pela atuação de Marte Paulo. Na sala de exposições, vai decorrer a performance de Lilian Walker, integrada na exposição “Ser-Coisa”. De volta ao jardim, o público é convidado a contactar com o projeto “Deambula”. No primeiro dia do festival, destaque para a apresentação, fruto de uma residência artística, do saxofonista João Mortágua e da operadora de modulares Rita Silva, seguida da atuação do projeto coletivo Saturation Divers x Pešpäkøvå. Neste espaço de experimentação, o primeiro dia do evento termina na cave do CABB, com um baile de funk brasileiro, proporcionado pelos Veneno 666.
Por sua vez, a República da Praça foi o espaço escolhido para diversos editores e coletivos de Coimbra darem a conhecer as sonoridades que se produzem desde o Porto até Lisboa, todas as noites a partir da meia-noite, com entrada gratuita. Tiago Calvinho Mendonça (Ciga 239), Mood Setter (Act 108) e Bapetismo & Pitch3 & Sota (Vertigo) assumem os DJ Sets, fechando o primeiro dia do festival.
No segundo dia, na CABB, destaque para as performances de Sandra Lessa, incluída na exposição “Ser-Coisa” e “VERGONHA”, de Cláudio Vidal, bem como o concerto resultante de uma residência artística entre Gonçalo Almeida, Rachel Musson e Ziv Taubenfeld, em parceria com os Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra. A este alinhamento somam-se uma fusão de guitarras, a tradicional e contemporânea, de Bicho Carpinteiro, com a experimental e elétrica, de José Vale. À banda “Cíntia”, composta por Tom Maciel, Simão Bárcia e Ricardo Oliveira, junta-se a artista Rezmorah. O penúltimo dia convida também a fruir das melodias do dub, jungle e free jazz, por Serpente (Bruno Silva). O dia culmina na República da Praça, com os DJ Sets de Neurodancer, DJ VICECITY e UGHO.
No último dia do festival, o Apura e a CABB abrem as portas às 16h30 para uma visita guiada à exposição “Ser-Coisa”, conduzida por Lilian Walker, Sandra Lessa, Sofia Bessa e Sofia Moço Novo. Seguem-se os concertos de rock progressivo dos gaivota (em parceria com o projeto MIC da Blue House) e dos Cat Soup, os textos de Filipe Homem Fonseca na voz de pedrosa & nervosa, os ritmos de Sistro e a exploração sonora de Inês Tartaruga Água. As paisagens contemplativas de Violeta Azevedo e o concerto de Unsafe Space Garden conduzem à última performance musical, na cave do CABB, com Kara Konchar.
A encerrar a 5ª edição do evento, a República da Praça acolhe os DJ Sets de GBRL, RODABOTAFORA, NOAZE e Lexi.
À semelhança das edições anteriores, o Festival Apura, que foi apresentado hoje em conferência de imprensa, contou, como habitualmente, com um warm-up, no passado dia 19 de setembro. Dança, cinema, hip hop e projetos emergentes do concelho foram as propostas para este aquecimento, dinamizados conjuntamente pela Associação Cultural Apura, o Centro de Estudos Cinematográficos e a Clandestina.
Com exceção das ações previstas na República da Praça, e de modo a garantir a sustentabilidade do festival, o acesso às iniciativas a decorrer na CABB (incluindo a visita guiada de dia 28 de setembro) têm um custo associado de dois euros (bilhete diário) e de cinco euros (bilhete geral). Os bilhetes podem ser adquiridos presencialmente na CABB ou através da bilheteira online Blue Ticket.
A Associação Cultural Apura tem como intuito criar um movimento cultural capaz de ser uma plataforma de divulgação, de programação, criação e cocriação artística, fortalecendo a presença de artistas em espaços culturais da cidade de Coimbra, com o objetivo de ampliar a exposição de obras artísticas locais, nacionais e internacionais na cidade e em todo o seu território regional. Para além disso, tem também como prioridade densificar a sua relação com o tecido de agentes culturais e sociais da cidade de Coimbra.
Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | João Paulo Silvano