O primeiro Encontro de Jornalismo Cultural de Coimbra, com a curadoria de Rui Miguel Abreu, teve como mote o contexto da criação artística de Coimbra, em conjugação com as problemáticas do jornalismo cultural da atualidade, fomentando o debate sobre o papel deste setor na difusão da oferta cultural, com a tónica na programação desenvolvida pelos diversos agentes culturais de Coimbra.
De 4 a 8 de setembro, a iniciativa aproximou a vertente jornalística à produção crítica dedicada ao setor cultural, contribuindo para a consolidação de estratégias conducentes ao acompanhamento regular de profissionais da área e para a projeção nacional e internacional da produção cultural de Coimbra, nas diversas publicações jornalísticas (https://cu.co.pt/cu-co-nos-media/).
O programa desta edição inaugural, que decorreu em diversos espaços culturais da cidade e com a envolvência dos agentes culturais locais, assinalou a reentrada das programações promovidas pelas estruturas artísticas no calendário cultural.
A abertura do Cu.Co (4 de setembro) iniciou-se com uma visita ao Centro de Artes Visuais, seguida da mesa redonda “Novos desafios do jornalismo cultural”, conversa que contou com a participação de Adailton Moura (Rapresentando), Débora Cruz (Gerador), Pedro Dias de Almeida (Visão), Carlos Antunes (CAPC), Miguel von Hafe Pérez (CAV), Ana Margalho (Diário de Coimbra), Rui Miguel Abreu (Expresso, Antena 3) e Daniel Belo (Antena 3). O primeiro dia do evento terminou com dois showcases: Sérgio Costa e José Anjos, no Pátio do CAV, e um warm up do Luna Fest, no Salão Brazil.
O segundo dia (5 de setembro) evidenciou as temáticas do hip-hop na construção de comunidades e das residências artísticas em relação com a criação no território, com intervenções de Adailton Moura, Daniel Belo, Ricardo Farinha (Observador, Rimas e Batidas), Luís Vieira (Shark), Tiago (TK) (Roda o Centro), Isabel Craveiro (O Teatrão), Carlos Braz (RUC), Daniel Dias (Público), João Silva (Bluehouse), Rui Ferreira (Lux Records), José Miguel (Jazz ao Centro Clube), Pedro Dias de Almeida e Isabel Simões (RUC), no Parque Municipal de Skate. Depois de uma visita à Bluehouse, o encontro culminou com o showcase dos Duques do Precariado, a que se seguiu um cineconcerto no Pátio do CAV, protagonizado por João Mortágua, Luis Pedro Madeira, Gonçalo Parreirão e Ismael Silva.
Na sexta-feira (6 de setembro), no espaço da Marionet, Filipa Teixeira (Observador, Sábado), Daniel Belo, Pedro Dias de Almeida, Daniel Dias e João Luís Campos (Diário de Coimbra) juntaram-se no painel “Uma cidade de muitos palcos – Teatro em Coimbra”, com Margarida Sousa (O Teatrão), Eduardo Pinto (A Escola da Noite) e Francisca Moreira (Marionet), que refletiu sobre programação e comunicação das companhias locais de teatro em ligação com os OCS.
A tarde pautou-se por uma visita à RUC e ao TAGV, espaço em que decorreu a conversa “Os desafios da rádio na era digital”, que reuniu Rui Miguel Abreu, Luís Oliveira (Antena 3), Daniel Belo, José Martinho e Lexi Narovatkin (RUC), Rui Ferreira e Sílvio Santos (TAGV). O encontro com o grupo punk rock de Coimbra “M’as Foice” terminou o terceiro dia da iniciativa.
O fim-de-semana do Cu.Co convergiu, no sábado (7 de setembro), para o Salão Brazil, que acolheu os debates “A cobertura de festivais: práticas e estratégias” e “O jazz no centro”, com a participação de Daniel Belo, Pedro Dias de Almeida, Ricardo Farinha, Bega Villalobos, Adailton Moura, Filipa Vaz Teixeira, Ana Margalho, Diogo Barbosa (RUC), Rui Miguel Abreu, Sofia Rajado (jazz.pt), José Miguel (JACC) e João Mortágua (Conservatório de Música de Coimbra). No final do dia, a programação complementar proporcionou o showcase do STAU (duo composto pelo saxofonista João Mortágua e pelo baterista Diogo Alexandre).
O último dia desta primeira edição promoveu um encontro no Concento São Francisco para discussão das perspetivas das estruturas culturais da cidade, que contou com a participação do presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, dos parceiros e dos jornalistas convidados que integraram o conjunto de mesas redondas e palestras ao longo dos cinco dias de debate. O papel transformador da iniciativa, que contribuiu para a potencialização e disseminação da vasta oferta cultural do território em diversas esferas do meio jornalístico, consolidou Coimbra como pólo cultural, que voltará a receber a segunda edição do Cu.Co em 2025, tal como anunciado por José Manuel Silva.
“O Cu-Co foi um êxito e constituiu mais um passo importante para aproximar a vertente jornalística à produção crítica dedicada ao setor cultural e, por outro lado, colmatar as lacunas existentes no contexto da comunicação neste domínio, representando mais uma aposta na potencialização da difusão da vasta oferta cultural no concelho, como o demonstram as estatísticas relativamente ao número de eventos, que posicionam Coimbra como a terceira cidade do país com mais eventos culturais ao vivo e com um elevado número de agentes culturais registados no tecido associativo”, sublinhou o presidente da CM de Coimbra.
A encerrar o Cu.Co: Encontro de Jornalismo Cultural de Coimbra, o Café-Concerto foi palco de um DJ set pelo jornalista Pedro Dias de Almeida, seguindo-se o showcase de Stereosauro com o guitarrista Ricardo Gordo, numa simbiose entre as sonoridades da música eletrónica e da guitarra portuguesa.
Créditos fotográficos: Filipe Furtado, Maria Nolasco (Blue House), João Duarte, Carolina Andrade (Marionet), Sofia Martins (TAGV) e Câmara Municipal de Coimbra