A cimeira de Zamora – realizada a 5 de outubro de 1143 – reveste-se de uma importância crucial para a História de Portugal em geral, e para Coimbra em particular. Uma razão que levou a Câmara Municipal de Coimbra a convidar o Ayuntamiento de Zamora para celebrar os 880 anos deste encontro de paz entre os dois primos (D. Afonso Henriques e Afonso VII), simbolizando – com este ato – a proximidade institucional entre as duas cidades, unidas pela história, projetando esta relação no presente e no futuro, consolidando numa parceria abordagens partilhadas nas áreas do ambiente e sustentabilidade, cultura, turismo e planeamento urbano.
“A presença dos representantes do Município de Zamora neste evento é um testemunho do nosso compromisso com a cooperação internacional. Portugal e Espanha, países vizinhos que partilham uma história quase milenar, continuam a ter muito a oferecer um ao outro e ao mundo”, começou por afirmar o presidente da Câmara, José Manuel Silva, salientando que Coimbra e Zamora “são atualmente atores das relações internacionais que emergem progressivamente como espaços onde a vida política, social, cultural, ambiental, e económica se desenvolve, também à escala internacional. Num mundo crescentemente globalizado verifica-se que as cidades congregam o potencial para desempenhar um papel relevante e transformador à escala internacional”.
Razões que levaram a CM de Coimbra a convidar o Ayuntamiento de Zamora para celebrar os 880 anos da conferência de Zamora. “Estamos orgulhosos por construir esta oportunidade para firmar um novo tratado entre Coimbra e Zamora, um tratado de modernidade e de afirmação do progresso sustentável de territórios que, através da partilha de experiências, identifica os grandes temas de colaboração: alterações climáticas, descarbonização das atividades e da economia, biodiversidade, desafios urbanos para a sustentabilidade, mobilidade, reabilitação dos centros históricos e novos produtos turísticos”, salientou José Manuel Silva, reforçando ainda que ”juntos podemos enfrentar os desafios de forma mais eficaz e construir um futuro mais sustentável e próspero para nossas comunidades”.
“A parceria que estamos a estabelecer não é apenas um ato de celebração, mas um compromisso de solidariedade e amizade duradoura. Ao unirmos os nossos esforços, podemos promover a conservação ambiental, partilhar a riqueza da nossa herança histórica e fortalecer as nossas economias locais, nomeadamente através de novos roteiros turísticos, que incluam, por exemplo, uma visita à Catedral de Zamora – onde D. Afonso Henriques se armou cavaleiro em 1125 – e, a Coimbra, ao primeiro panteão nacional – o Mosteiro de Santa Cruz onde jaz o primeiro Rei de Portugal”, acrescentou, ainda, o presidente da Câmara, agradecendo a todos a presença na celebração.
“Em Coimbra iremos promover a construção de uma estátua equestre de D. Afonso Henriques que irá consolidar e simbolizar a herança deixada ao país pelo primeiro monarca português, que escolheu Coimbra como o seu bastião de poder. Expressamos o nosso reconhecimento ao fundador de Portugal, que abriu a Coimbra um caminho de centralidade, que se ramificou ao longo dos séculos em áreas como o conhecimento, o património e o núcleo difusor da língua a da cultura portuguesa”, concluiu o presidente da Câmara.