Paulo Pires adiantou, ainda, que a programação do Convento deverá estar mais assente em coproduções. “A programação vai ser reconfigurada a vários níveis. Vai haver um ajustamento no volume de programação, com menos, mas com uma identidade e diferenciação maior. Teremos menos programação que chega cá já finalizada, e mais coproduções, encomendas, espetáculos especiais e coisas que vêm de fora, mas que têm um caráter mais exclusivo. Vamos ter muitas estreias nacionais em Coimbra”, disse.
O novo diretor do Departamento de Cultura garantiu que as mudanças vão ser já visíveis no próximo ano. De acordo com o responsável, em 2023 “o eixo Coimbra-Brasil vai ser transversal à programação”, com um conjunto de “concertos de topo, que trabalham esse eixo e que juntam músicos portugueses e brasileiros”.
O programador espera que para financiar os oito espetáculos enquadrados neste eixo “30 por cento do investimento venha do mecenato”, sublinhando ser necessário trabalhar na “a captação de patrocínios e apoios”. Paulo Pires assumiu, também, na mesma entrevista, a intenção de candidatar o Convento São Francisco, em 2023, à Rede Nacional de Teatros para um apoio ao teto máximo (200 mil euros).
Sobre a ideia de criar uma “incubadora”, o diretor de Departamento esclareceu que o espaço “deverá ser trabalhado em articulação com a Universidade de Coimbra, mas nunca numa vertente de modelos formativos convencionais”. “Essa questão – uma espécie de incubadora de criatividade – está em cima da mesa”, disse.
Em declarações à Lusa, o responsável referiu, ainda, que a CM de Coimbra está a criar grupos de trabalho em diversas áreas, designadamente a arte contemporânea, música independente e dança que, no caso desta, considera uma “área que precisa de muita alavancagem em Coimbra”.
Paulo Pires indicou o Festival Abril Dança em Coimbra como o “pontapé de saída para medidas de fundo, para projetos-âncora no território, dos quais uma estrutura profissional de dança poderá ser um deles”.
LUSA/CM Coimbra