A CM Coimbra pretende criar a Rede Municipal de Micro-Reservas para a Conservação da Natureza e Biodiversidade – primeira fase. Nos fundamentos da proposta dos serviços municipais, ontem aprovada, considera-se que “as redes locais de conservação da natureza e biodiversidade são um importante complemento à Rede Nacional de Áreas Protegidas, nomeadamente no tocante a Coimbra, à Reserva Natural do Paul da Arzila”, acrescentando a importância da participação e gestão partilhada do município, das juntas de freguesias, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e da academia neste âmbito.
Assim, “face aos elevados valores naturais existentes em diferentes espaços de Coimbra, considera-se que a criação da Rede Municipal de Coimbra de Micro-Reservas para a Conservação da Natureza e Biodiversidade é um processo que será vantajoso para a valorização e preservação dos valores naturais do território municipal”, consideram os técnicos municipais, que justificam que a criação desta Rede está em linha com os objetivos do Programa Municipal para as Alterações Climáticas, nomeadamente no que se refere às medias 60, 68 e 69.
Com núcleo central na Reserva Natural do Paul de Arzila, o objetivo é que esta rede seja ainda constituída pelas matas nacionais do Choupal e de Vale de Canas; matas da Geria, S. Silvestre e S. Martinho de Árvore; Jardim Botânico da Universidade de Coimbra; Parque de Santa Cruz; Jardim Quinta das Lágrimas; Mata da Escola Superior Agrária de Coimbra; Mata da encosta entre a avenida António Portugal e a rua Luís Camões; mata de Quercinas da Portela; Carvalhal de Santa Clara; Bio-Reserva Senhora da Alegria; Maquis de Vale Soeiro; Vale do rio Mondego – Trilho Ribeirinho; Vale do rio Ceira; Vale do rio dos Fornos – Resmungão; Ribeira de Coselhas; entre outros.
A CM Coimbra vai convidar a participar neste projeto o ICNF, autoridade nacional para a conservação da natureza; a Agência Portuguesa do Ambiente/Administração da Região Hidrográfica do Centro; a Universidade de Coimbra; o Instituto Politécnico de Coimbra/Escola Superior Agrária de Coimbra; as juntas de freguesias onde se localizam os espaços identificados com interesse conservacionista; as organizações ambientalistas MilVoz – Associação de Proteção e Conservação da Natureza e AAPA – Associação Amigos do Paul de Arzila; entre outras entidades públicas e privadas.
Esta proposta surge no seguimento da formalização do protocolo de cogestão da Reserva Natural do Paul de Arzila, no passado dia 23 de dezembro, com o qual o Município de Coimbra passou a presidir ao novo modelo. A cogestão é, agora, partilhada ainda com os municípios de Condeixa-a-Nova e Montemor-o-Velho e com o ICNF, tendo para isso um financiamento de 100 mil euros do Estado, através do Fundo Ambiental, com a duração de 36 meses. O objetivo passa por criar uma dinâmica partilhada de valorização desta área protegida.