A Baixa da cidade vai ser candidata a Bairro Comercial Digital. A escolha da área urbana, que o consórcio delimitou geograficamente, teve em conta a forte densidade de espaços comerciais e de prestação de serviços que caracteriza o local, um dos requisitos mais relevantes para a aprovação da candidatura. Outro fator que beneficia a candidatura de Coimbra é o facto da mesma ser apresentada por um consórcio, que é liderado pela autarquia, mas integra também a associação empresarial APBC e a associação de desenvolvimento local Coimbra Mais Futuro.
Esta linha de financiamento prevê a criação de 50 Bairros Comerciais Digitais em todo o país, isto é, espaços urbanos delimitados, com uma forte densidade comercial, que possam ser alvo de uma estratégia de gestão comum que assente num ambiente tecnológico avançado. No fundo, o que se pretende é capacitar os comerciantes desse Bairro para outras formas de venda para além da física (em loja), nomeadamente a digital e a híbrida (que conjuga as duas), promovendo e potenciando os seus negócios. O objetivo passa, ainda, por captar uma maior atenção dos consumidores para o Bairro, não só pela sua nova identidade visual e disponibilização de informação relevante para a decisão de consumo, mas também pela facilidade de aquisição de produtos e serviços.
Esta medida apresenta-se, assim, como uma oportunidade para Coimbra impulsionar o crescimento económico, promover a proximidade e a coesão territorial, recuperar o sentido de planeamento do urbanismo comercial, promover a digitalização dos operadores económicos e dos seus modelos de negócio, bem como o comércio em linha e a integração digital das cadeias de abastecimento e escoamento.
No âmbito desta linha de financiamento, há despesas elegíveis para projetos de conetividade e harmonização urbanística (como, por ex., a reabilitação urbanística do Bairro; a instalação de mupis, quiosques digitais e Wi-Fi ou a aquisição de mobiliário urbano ou sinalética para a promoção de uma identidade visual comum); plataformas eletrónicas (como, por ex., o desenvolvimento de um marketplace); digitalização da experiência de consumo (como, por ex., o desenvolvimento de sistemas de gestão e controlo de tráfego e afluência e prestação de informação aos comerciantes); integração de soluções logísticas coletivas (como, por ex., desenvolvimento tecnológico de uma plataforma de entregas); digitalização de infraestruturas adjacentes (como, por ex., a instalação de sistemas de pagamento digitais); e elaboração e preparação de projeto (consultoria para apoio à elaboração de candidatura).
Neste contexto, o consórcio constituiu um grupo de trabalho que se encontra a preparar a candidatura, tendo já auscultado os agentes comerciais e outras entidades da cidade e identificado as principais necessidades no âmbito desta intervenção. O grupo de trabalho procedeu, também, ao levantamento exaustivo de informações sobre todos os estabelecimentos comerciais, de forma a percecionar a densidade comercial da área de intervenção, e realizou igualmente um inquérito qualitativo a uma amostra de comerciantes. Atualmente, está a ser feito um inquérito aos consumidores, de forma a percecionar as suas expetativas para esse espaço urbano: consumidor.theloop.pt.
A dotação prevista neste aviso é de 52 milhões de euros (num mínimo de 50 mil euros e até 2 milhões de euros), sendo que o valor máximo de incentivo para cada Bairro poderá vir a ser ajustado, em função da necessidade de garantir o cumprimento da meta da criação de 50 Bairros. O financiamento a conceder é calculado com base na aplicação da taxa de 100% sobre as despesas consideradas elegíveis.
A apresentação de candidatura acontece até ao dia 30 de abril e, a ser aprovada, o projeto terá a sua conclusão até ao dia 31 de dezembro de 2025.