A CM de Coimbra aprovou por unanimidade, na reunião de Câmara de 7 de fevereiro, a abertura do procedimento de consulta pública sobre a fase prévia do estudo urbanístico para a frente de rio da margem direita, entre a Ponte de Santa Clara e o Açude-Ponte. O documento prevê a compilação de alguns projetos existentes privilegiando a circulação pedonal, como a empreitada em curso de requalificação da Avenida Cidade Aeminium e as futuras obras do Sistema de Mobilidade do Mondego, e analisa a possibilidade de construção de uma nova travessia sobre o Mondego no prolongamento da rua dos Oleiros dando ainda continuidade a uma possível expansão do Sistema do Metro Mondego para a margem esquerda e zona sul do concelho.
Os documentos do estudo urbanístico podem ser consultados no site do Município, na DEPE (Praça 8 de Maio, nº 37, 2º Piso, Coimbra), de segunda a sexta-feira, entre as 09h30 e as 12h00, e entre as 14h00 e as 17h00. Os interessados em participar na discussão pública podem enviar os seus contributos por escrito, dirigidos ao Presidente da CM Coimbra, até ao próximo dia 1 de março, por correio eletrónico (geral@cmcoimbra.pt), para o endereço postal da CM de Coimbra (Praça 8 de Maio, 3000-300 Coimbra), ou ainda no Atendimento ao Público da CM (na Praça 8 de Maio – nos dias úteis das 08h30 às 16h30 – ou na Loja do Cidadão – nos dias úteis das 08h30 às 19h30 e aos sábados das 09h30 às 15h00).
Recorde-se que no prolongamento da rua dos Oleiros, fica prevista a possibilidade de uma futura nova ponte pedonal e ciclável sobre o Mondego. A mesma ponte prevê ainda dar resposta a uma futura expansão da rede do Sistema de Mobilidade do Mondego para a margem esquerda e zona sul do concelho, sendo que a “localização proposta para a ponte garante a sua integração na rede de metro sem alterar o seu funcionamento ou as estações atualmente previstas, garantido que essa ligação para sul se faça a partir de qualquer origem, exceto da Estação de Coimbra B”, pode ler-se na memória descritiva que foi de analisada na reunião do executivo municipal de 7 de fevereiro.
Para esta marginal está prevista “uma relação serena com o rio, recorrendo a uma continuidade formal que deverá ser sublinhada ao nível dos materiais a utilizar, acentuando linhas de continuidade entre a Ponte Açude e o Largo da Portagem, pontuadas por alinhamentos de árvores”. Além da ciclovia, que percorre toda a extensão da marginal, prevê-se também a “possibilidade de acesso de veículos de emergência ou de caráter excecional, devendo ser essa faixa demarcada da forma mais ténue possível”.
O estudo refere que, “à semelhança do que tem vindo a ser prática corrente em diversas cidades (tanto no país como a nível internacional), procurou-se nesta abordagem da frente de rio reforçar as suas ligações ao centro da cidade, privilegiando a sua requalificação para usos dominantemente pedonais (e cicláveis), procurando favorecer a presença de pessoas, a fruição urbana e o desfrute das margens para fins de desporto e lazer”.
Posto isto, nos troços adjacentes à Estação Nova e à APA foi descartada a possibilidade de manter um sentido aberto ao tráfego na marginal. “No primeiro caso por manifesta falta de espaço numa zona onde os fluxos pedonais terão a maior importância, na ligação da marginal ao Largo da Portagem” e “no segundo caso por atrair à marginal e ao tabuleiro inferior da Ponte Açude, um nível de tráfego indesejável e incomportável”, justifica a memória descritiva da fase prévia do estudo urbanístico para a frente de rio.
A autarquia encara as obras em curso na margem direita, para requalificação dos muros e do espaço público na Avenida Cidade Aeminium, como uma oportunidade de rever a circulação automóvel nesta zona da cidade. O encerramento há vários meses da Avenida Cidade Aeminium permitiu “ter uma ideia muito clara sobre a consequência para a circulação” e, por outro lado, “originou já uma mudança nos hábitos de circulação automóvel”, defendem os técnicos municipais.
Esta situação “afigura-se assim como uma oportunidade única para proceder a uma alteração da sua utilização, substituindo a sua função rodoviária e devolvendo-a aos modos suaves” e à fruição urbana. As alterações à circulação previstas apoiam-se sobretudo nos arruamentos a concluir paralelos à Avenida Fernão de Magalhães, nas traseiras dos edifícios ali existentes, criando uma rede fechada e coerente. Quanto às novas áreas a urbanizar, está previsto, nomeadamente nos terrenos da IP, a “existência de um arruamento com um só sentido a nascente da via do Metrobus, garantindo assim alguma presença de veículos no local sem que, contudo, estes invadam a marginal, evitando travessias rodoviárias do canal de metro”, é referido na memória descritiva.
A proposta passa por ter “apenas dois quarteirões abertos para o rio”, prevendo, assim, uma maior diversidade de percursos pedonais entre os arruamentos e as duas praças interiores, através da adoção de galerias. Será também possível estabelecer a ligação para norte da rua do Cais da Estação, propondo-se para isso uma correção do seu traçado de forma a reforçar o alinhamento dos edifícios entre as ruas dos Oleiros e do Arnado. Está ainda prevista uma ligação direta da rua Abel Dias Urbano à rua do Arnado, respeitando os alinhamentos existentes nas traseiras dos edifícios da Av. Fernão de Magalhães e o dos hotéis Vila Galé e Dona Inês permitindo, também aqui, criar uma pequena zona verde junto ao edifício da Ideal.
Consulte os documentos em discussão pública aqui