O projeto de recolha seletiva de biorresíduos da cidade de Coimbra vai avançar brevemente, com a autarquia a garantir cofinanciamento do POSEUR, destinando-se, nesta primeira fase, à freguesia de Santo António dos Olivais e à União de Freguesias de Coimbra, já que estas foram identificadas como adequadas para o efeito da recolha, nomeadamente pela densidade populacional (que permite potenciar os resultados a alcançar) e por ser um circuito de recolha já implementado para os resíduos urbanos indiferenciados. O investimento total e elegível é de 624.163,50 euros e a comparticipação de 75%, no valor de 468.122,62 euros.
Estima-se que esta intervenção abranja, assim, uma população de cerca de 15.000 habitantes (cerca de 9000 alojamentos), correspondente a 11% do total da população residente no concelho.
O objetivo da autarquia é potenciar a diminuição dos resíduos depositados em aterro e, consequentemente, pela diminuição de custos. Para isso, a operação implica a aquisição e distribuição de 8500 contentores domésticos, de 7 litros, destinados a todos os munícipes que aderirem (serão efetuados contactos juntos dos munícipes e por alojamento, no sentido de fornecer informação e esclarecimentos sobre o projeto); a aquisição e instalação de contentores específicos para biorresíduos, equipados com sistema de controlo de acesso por via de cartão (de 800 litros); e a aquisição de uma viatura específica para a recolha dos contentores de biorresíduos. Estão, ainda, previstas diversas ações de comunicação e sensibilização, bem como ações de monitorização dos acessos a cada contentor, o registo da quantidade e qualidade dos biorresíduos por amostragem de contentores, o acompanhamento das adesões e a captação de novos utilizadores na área definida.
A operação é realizada com o apoio da ERSUC, Resíduos Sólidos do Centro S.A., que fica com o compromisso de receber e valorizar os biorresíduos entregues pelo Município de Coimbra. Recorde-se que biorresíduos são todos os resíduos biodegradáveis de jardins e parques, alimentares e de cozinha das habitações, dos restaurantes e similares, retalhistas e resíduos similares das unidades de transformação de alimentos.
Este é mais um contributo do CM Coimbra, à escala local, para mitigar as alterações climáticas, entre muitas outras medidas já adotadas, designadamente o desassoreamento do leito do rio Mondego (um investimento de 4M€); a construção da ciclovia de Coimbra, entre a estação ferroviária Coimbra B e o Vale das Flores e a Portela, num percurso de 20km (2,2M€); a aquisição de 24 novos autocarros 100% elétricos para reforçar a frota dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (8.7M€); e várias empreitadas de reabilitação energética do edificado municipal, a começar pelos bairros do Ingote, da Rosa e da Conchada (ascende a 6M€). A estas medidas acrescem outras, como a elaboração e execução do plano de arborização para a cidade; o projeto de Regulamento Municipal Coimbra Cidade Sustentável, para incentivar a produção de energia fotovoltaica para autoconsumo; a instalação de dispositivos de controlo e de redução da velocidade rodoviária; a implementação de medidas para a desmaterialização de processos administrativos; e as limpezas ambientais nas margens do rio Mondego.
Recorde-se que, também como forma de agregar todas estas medidas e de lançar as bases para os próximos anos, a autarquia está a elaborar um Programa Municipal para as Alterações Climáticas, que está em fase final de conclusão depois de decorrida a consulta pública.
Este documento estratégico pioneiro propõe a adoção de mais de 75 medidas de mitigação e adaptação para as alterações climáticas no concelho de Coimbra, com um alcance temporal até 2030.