A ópera “As Sombras de uma Azinheira” vai estrear no Convento São Francisco, no dia em que se celebram os 51 anos do 25 de Abril. Em palco, vão estar os cantores Tânia Ralha e André Henriques, acompanhados pelos músicos António Ramos, Clara Dias e Hugo Brito (violinos), Diana Antunes (viola), Rogério Peixinho (violoncelo) e Júlia Miranda (contrabaixo). “As Sombras de uma Azinheira” é uma ópera em dois atos, composta por 12 cenas. A obra, que percorre 51 anos desde o 25 de abril de 1974, começa na noite da Revolução dos Cravos e dá-nos a conhecer as histórias de Catarina, João Aurélio e Honório. As suas vidas, interligadas com outros destinos, são moldadas pela história do país.
A história gira em torno de Catarina, a personagem principal, que nasce no dia 25 de Abril de 1974. Desgosta do seu nome e da celebração do seu aniversário, tendo uma visão própria sobre a liberdade que vive e sente. Eduarda Freitas, responsável pelo libreto, sublinha o desafio de adaptar uma história que abrange 45 anos e várias vidas: “Foi um enorme desafio pegar numa história com várias vidas ao longo de 45 anos e fazer a minha interpretação sem fugir ao cerne do livro. O libreto não é uma transcrição do livro… é um novo objeto artístico. Tive de escolher caminhos, deixar outros de lado e criar novos. A ópera tem apenas três personagens, ao contrário do livro, que conta com muitas mais.”
Álvaro Laborinho Lúcio, autor do livro e antigo ministro da Justiça, expressa o seu contentamento com esta adaptação: “Receber a notícia de que o meu livro ia dar origem a um novo objeto artístico não deixou de despertar em mim um sentimento de imenso prazer, traduzido na honra pela aceitação do meu trabalho. Daí, foi com grande aprazimento que, depois, passei do livro à admiração pelo libreto de Eduarda Freitas, louvando a qualidade da obra assim conseguida, consciente da imensa dificuldade que o desafio representava, desde logo, pela redução, a vários níveis, que a transposição criativa teria de impor ao texto inspirador”.
O compositor Amílcar Vasques Dias, por sua vez, destaca os desafios musicais da composição: “Compor uma ópera de grande intensidade dramática com apenas cinco instrumentos de cordas… Este foi o maior desafio que se me impôs. Queria que o som de ‘As Sombras de uma Azinheira’ fosse rico, expressivo, complexo, isto é, variado em timbres e em registos instrumentais e vocais, contrastante em dinâmicas, ritmos e tempos. Procurei interpretar em sons o ambiente conturbado da revolução de 25 de Abril de 1974”.
Por outro lado, o encenador Mário João Alves vê nesta ópera o desafio da maior da criatividade. “Pegar num objeto com estas características tem de ser a tentativa de inventar um dia claro. Tentar desvincular este canto sobre a liberdade de qualquer tempo e espaço, torná-lo canto geral, canto nómada, canto aberto”, diz.
Os bilhetes estão disponíveis a partir de 10 euros para as cadeiras de orquestra e primeira plateia, com descontos de 8 euros para estudantes, maiores de 65 anos, grupos (mínimo 10 pessoas), desempregados e profissionais das artes performativas e música. Para a 2.ª plateia e balcão, o preço é de 8 euros, sendo 6 euros para estudantes, maiores de 65 anos, grupos (mínimo 10 pessoas), desempregados e profissionais de artes performativas e de música. É aplicável o Cartão Amigo CSF (40% de desconto).
Os ingressos estão à venda nos locais habituais e a bilheteira do Convento São Francisco está aberta, diariamente, das 15h00 às 20h00. É possível contactar o Convento através do telefone 239 857 191 ou do e-mail bilheteira@coimbraconvento.pt. Toda a programação do Convento São Francisco pode ser consultada em coimbraconvento.pt/pt/agenda ou através das redes sociais deste espaço municipal. O Convento São Francisco é um equipamento cultural do Município de Coimbra, integrado na Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses.