“A apresentação de um solo show de Cardiff & Miller em Coimbra, no âmbito do Anozero, é uma afirmação da capacidade de Coimbra se posicionar como um centro de criação e pensamento artístico contemporâneo, capaz de atrair artistas e públicos de todo o mundo”, justifica a informação dos serviços municipais. Esta iniciativa inscreve-se na estratégia da Câmara Municipal, do CAPC e da Universidade de Coimbra de consolidar a cidade como um ponto de referência no mapa internacional da arte contemporânea. Coimbra reforça, assim, o seu papel como espaço de acolhimento de grandes artistas e dinamiza o seu património histórico, através de novas camadas de leitura e interpretação artística.
A obra da dupla de artistas é marcada por uma investigação contínua sobre a memória, a perceção e o espaço, levando o público a questionar a relação entre realidade e ficção, entre o visível e o invisível. O seu percurso, que cruza múltiplas linguagens artísticas, passou por algumas das mais prestigiadas instituições e eventos artísticos do mundo, como o MoMA e o PS1 MoMA em Nova Iorque, o Reina Sofia em Madrid, a Documenta de Kassel e o Skulptur Projekte Münster. Este reconhecimento internacional reflete a singularidade do seu trabalho, que se destaca pela forma como alia som, imagem, escultura e performance, criando ambientes imersivos de forte carga emocional e narrativa.
A exposição “Fábrica das Sombras” vai decorrer de 5 abril a 5 de julho e foi pensada, especificamente, para o contexto de Coimbra e do património do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova. O diálogo entre o espaço histórico e as obras imersivas da dupla gera um campo de tensão entre passado e presente, entre o património edificado e as possibilidades expandidas da arte contemporânea. O Mosteiro torna-se, assim, não apenas um local de exposição, mas um verdadeiro corpo cénico, onde cada obra ativa novas leituras e perceções do espaço e da memória que ele carrega.