“Já foi elaborado um primeiro relatório, que tem de ser mais aprofundado, para que, atempadamente, sejam introduzidas as modificações, as valorizações, os reforços necessários para uma companhia poder passar a batalhão”, declarou aos jornalistas José Manuel Silva, sobre a ambição da autarquia tornar a companhia num batalhão.
À margem da sessão comemorativa do 244º aniversário da CBSC, o autarca admitiu que a mudança não vai ocorrer este ano, porque “implica mais custos que, terão de ser previstos no próximo Orçamento”. Adiantou, no entanto, que tem a expectativa de concretizar “o sonho” em 2026. “Ou, pelo menos, dar passos mais firmes nesse sentido”, com o reforço dos meios e com a adequação da estrutura progressivamente, sublinhou.
Na sessão, José Manuel Silva afirmou ser fundamental valorizar a carreira dos Bombeiros Sapadores, acrescentando que a mudança de Companhia para Batalhão tem como objetivo a dignificação daquela força. Segundo o autarca, a valorização passa também pelos concursos para progressão na carreira e para o recrutamento de mais bombeiros, processos que estão a decorrer atualmente. “Coimbra não se pode dar ao luxo de fragilizar a sua Companhia de Bombeiros Sapadores”, sustentou.
No sentido de “apetrechar os Bombeiros com material recente, moderno e mais funcional”, foi ainda anunciado que o município espera adquirir três viaturas nos próximos meses, tendo sido hoje batizada uma viatura de desencarceramento, que representa um investimento de mais de 300 mil euros.
Por sua vez, o comandante da CBSC, Paulo Palrilha, declarou que a Companhia “enfrenta desafios crescentes”. O aumento das ocorrências e a complexidade das mesmas, bem como a necessidade de uma resposta rápida e eficiente, “exigem uma estrutura mais robusta e adaptada, na melhoria da gestão operacional, valorização profissional e fortalecimento institucional”, apontou.
Durante o último ano, a Companhia de Bombeiros Sapadores de Coimbra foi chamada a intervir 5.045 vezes, o que representa cerca de 14 intervenções operacionais diárias, tal como anunciado pelo comandante Paulo Palrilha. No decorrer do ano 2024, a CBSC esteve presente em 180 incêndios urbanos, em 73 incêndios rurais, em 147 acidentes rodoviários, em 1.628 serviços de INEM, em 2.123 serviços de assistência e de prevenção atividades humanas e em 894 ocorrências em outros serviços.
Paulo Palrilha mencionou ainda que foram adquiridos equipamentos essenciais para a prestação de socorro, como um reboque para equipamento de busca e resgate em estruturas colapsadas (BREC) e uma nova ambulância, mencionando também que, em 2024, foram realizadas cerca de 14 intervenções diárias.
Na cerimónia, onde foram distinguidos vários sapadores pelos anos de serviço e outros funcionários da Companhia, o subchefe de primeira classe Ricardo Cancela recebeu a Medalha de Coragem e Abnegação, por ter socorrido, na madrugada de 1 de junho de 2024, uma jovem que caiu nas águas do rio Mondego, em Coimbra. A distinção, entregue ao profissional que possui 27 anos de dedicação à carreira, é destinada a elementos dos corpos de bombeiros que pratiquem salvamentos com manifesto risco à própria vida.
A cerimónia, que foi abrilhantada pela banda dos Bombeiros Sapadores de Lisboa, culminou com um exercício dos bombeiros sapadores de Coimbra, relativo à intervenção num incêndio com materiais contaminados.
LUSA / CM de Coimbra
Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | João Pedro Lopes
Vídeo: Câmara Municipal de Coimbra | Marta Costa