20 Dezembro 2024

Regime especial na progressão na carreira aumenta despesa da CM de Coimbra em 605 mil euros

Regime especial na progressão na carreira aumenta despesa da CM de Coimbra em 605 mil euros

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra teve um acréscimo de despesa de cerca de 605 mil euros, até à data, no ano de 2024, na sequência da aplicação do Decreto-Lei nº 75/2023, de 29 de agosto, que estabelece o regime especial de aceleração do desenvolvimento das carreiras dos trabalhadores com vínculo de emprego público. Esta medida do Governo cria um regime especial na progressão na carreira, destinado a descongelar os constrangimentos verificados entre 30 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007 e 1 de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2017.

São abrangidos por esta medida especial os trabalhadores com vínculo de emprego público que, a 30 de agosto do ano passado, reuniam, cumulativamente, os seguintes requisitos: a alteração obrigatória de posicionamento remuneratório em razão de pontos acumulados nas avaliações do desempenho e 18 ou mais anos de exercício de funções integrados em carreira ou carreiras, abrangendo os períodos compreendidos entre 30 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007 e 1 de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2017.

 

De acordo com o decreto-lei, os trabalhadores que, no ano de 2024 ou seguintes, acumulem seis ou mais pontos nas avaliações do desempenho relativas às funções exercidas durante o posicionamento remuneratório em que se encontram alteram o seu posicionamento remuneratório para a posição remuneratória seguinte. Quando tenham acumulado mais do que seis pontos, os pontos em excesso relevam para efeitos de futura alteração do seu posicionamento remuneratório.

 

A redução do número de pontos necessários para a alteração obrigatória do posicionamento remuneratório é aplicável apenas uma vez a cada trabalhador e a alteração do posicionamento remuneratório produz efeitos a 1 de janeiro do ano em que o trabalhador acumule o número de pontos necessários para a alteração obrigatória do posicionamento remuneratório.

 

“A Câmara Municipal saúda e regozija-se com a valorização e a aceleração da carreira dos trabalhadores da função pública, que tem de se tornar mais competitiva e capaz de reter e premiar talentos, mas sublinha a necessidade de uma nova Lei das Finanças Locais, que reforce o financiamento das autarquias”, refere o presidente da CM de Coimbra. “Na verdade, a Câmara vai ter de retirar ao orçamento de outros setores para fazer face a este acréscimo da despesa com recursos humanos”, acrescenta José Manuel Silva.

 

Importa recordar que Portugal é um dos países mais centralistas da OCDE, já que apenas 15% da despesa pública é realizada ao nível local ou regional, um valor que inclui a despesa das duas regiões autónomas (sem elas, seria um valor ainda menor). Para referência, na Islândia e nos Países Baixos, esta percentagem é de 30%, por exemplo. “Para fazerem mais e melhor, os municípios necessitam de uma real e urgente descentralização do Orçamento Geral do Estado”, conclui José Manuel Silva.

Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now.

×