O Prémio Literário Vitorino Nemésio visa homenagear o legado do prestigiado escritor açoriano e incentivar a produção literária nos Açores e em todo o país, nas comunidades e, também, nos países de língua oficial portuguesa. Vai ter uma periodicidade anual e o valor pecuniário de 2.500 euros para o vencedor, com edição de exemplares da obra, até ao limite de 300. As inscrições decorrem de 6 de janeiro a 7 de março de 2025 e o vencedor do prémio será anunciado no Dia dos Açores, este ano comemorado a 9 de junho. Nesta primeira edição, vão ser admitidos os géneros romance e novela, sendo que, em cada ano, a mesa da Assembleia Legislativa vai definir quais os géneros a concurso, que podem ser obras de ficção, nomeadamente romance, novela e conto, obras de poesia e obras não ficcionais.
Vitorino Nemésio nasceu a 19 de dezembro de 1901, na ilha Terceira, e faleceu em 20 de fevereiro de 1978, em Lisboa. Notabilizou-se enquanto escritor, poeta, cronista, ensaísta e professor, sendo também recordado pelas reflexões e estilo único com que conduziu o programa na RTP “Se bem me lembro”. Em Coimbra, ainda ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, mas foi a Faculdade de Letras que o cativou, tendo-se formado em Filologia Românica. Presidiu ao Centro Republicano Académico e fez parte do Orfeão Académico. Foi, também, revisor na Imprensa da Universidade, tendo sido iniciado na Maçonaria, em 1923. “Mau tempo no Canal” é a sua obra mais conhecida.
Como refere o regulamento do prémio, Nemésio “é um dos expoentes máximos da cultura portuguesa e nela elevou sobremaneira a cultura e a história das ilhas dos Açores, enquanto poeta, romancista, cronista, académico e intelectual brilhante. (…) A sua obra espelha a essência da “açorianidade”, palavra que o autor criou e que hoje representa, de forma universal, o conceito de ser açoriano ou relativo à cultura e história dos Açores, sendo também usada para exprimir o sentimento de afinidade ou amor pelos Açores”. “A difusão do seu nome é a melhor homenagem que a Região Autónoma dos Açores lhe pode fazer, constituindo, simultaneamente, um contributo inestimável para a divulgação da sua obra e para a compreensão da importância da açorianidade na cultura portuguesa”, pode, ainda, ler-se no regulamento.
O júri vai ser constituído por cinco elementos, após aprovação pela Mesa da Assembleia Legislativa: o curador do Prémio Vitorino Nemésio, um elemento indicado pela Presidência da Assembleia Legislativa, dois escritores e uma personalidade de reconhecido mérito na área da cultura. À Mesa da Assembleia compete designar um dos membros do júri como Presidente. Constituem critérios de avaliação das obras a concurso a originalidade e criatividade das temáticas desenvolvidas, domínio da língua portuguesa e correção gramatical, coerência literária, vivacidade da trama, enredo e narrativa, estilo de escrita caráter informativo (no caso de obras não ficcionais) e relevância cultural e social.
A apresentação do prémio contou ainda com um momento musical pelo dueto Ana Goulart e Hugo Ferreira, que interpretaram temas açorianos.
Antes da apresentação do prémio, José Manuel Silva recebeu Luís Garcia para apresentação de cumprimentos e para explorar possibilidades no estreitar de laços entre Coimbra e Açores.
Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | Nuno Ávila