A proposta de prolongamento do prazo, que inicialmente era de dois anos, é suportada pela “complexidade e sensibilidade do território em estudo” (que abrange toda a zona entre a estação de Coimbra-B e a beira-rio), mas, sobretudo pela entrada em vigor do novo Plano de Gestão de Riscos e Inundações. Segundo a informação técnica, este novo plano de gestão de inundações alterou “os pressupostos iniciais” do plano de pormenor da futura estação, nomeadamente o risco potencial de inundação e a identificação de novas cotas de cheia.
A vereadora com o pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, Ana Bastos, explicou que foi proposto um prolongamento por mais dois anos apenas para “evitar qualquer caducidade” do plano, prevendo-se que o mesmo esteja pronto antes do prazo agora definido. “Ainda estamos a aguardar que a APA [Agência Portuguesa do Ambiente] nos defina as cotas de cheia”, notou a vereadora, recordando que a área é “uma área de risco”, mas que todo o trabalho tem sido articulado com a Infraestruturas de Portugal (IP), que pagou a elaboração do plano de pormenor.
Ana Bastos recordou ainda que as ideias base daquele plano já estavam integradas no processo que foi a concurso para a linha de alta velocidade. “A IP vai continuar a controlar o projeto e respetiva concessão. Não há risco absolutamente nenhum”, acrescentou, referindo que a equipa procura, neste momento, dar resposta à “complexidade” relacionada com a cota de cheia, da qual depende a solução de cave da estação.
Em fevereiro, Ana Bastos já admitia que esse plano de gestão implicava a subida da cota de cheia junto ao açude-ponte, no Mondego, podendo limitar “substancialmente o desenvolvimento urbanístico e edificado” junto à estação.
Além desta razão, a CM de Coimbra justifica também o adiamento com a necessidade de ponderar os diversos interesses “públicos e privados” associados àquela zona.
LUSA/CM de Coimbra