10 Outubro 2024

Convento São Francisco acolhe 2ª edição do Festival MATE de 19 a 22 de outubro

Convento São Francisco acolhe 2ª edição do Festival MATE de 19 a 22 de outubro

Com um cartaz eclético e de elevada qualidade, a 2ª edição do MATE, que decorre de 19 a 22 deste mês, no Convento São Francisco, oferece a oportunidade de desfrutar de performances musicais inesquecíveis de artistas consagrados e emergentes, visitar exposições de arte, participar em workshops inovadores, assistir a palestras especializadas, explorar o mercado criativo e o espaço para “luthiers” e provar a deliciosa gastronomia local, entre muitas outras atividades. Múltiplas razões para assistir, participar e experienciar este evento, que marcará o panorama cultural e criativo de 2024.

Ao longo dos quatro dias do festival, profissionais das indústrias culturais e criativas, bem como agentes de outros setores socioeconómicos, têm acesso a inúmeras oportunidades de “networking” e “speed meetings”, tornando o MATE numa plataforma de empreendedorismo criativo que estabelece pontes entre a economia, a inovação e a criatividade. A edição de 2024, conta com mais de 100 projetos e atividades, reunindo participantes de 15 países, incluindo Portugal, Brasil, Espanha, Argentina, Chile, México e Cuba, reforçando assim a importância do festival na Ibero-América. Além destes, a presença de projetos europeus provenientes de países como França, Reino Unido e Alemanha torna esta edição numa verdadeira plataforma internacional, permitindo aos participantes não só partilhar experiências e conhecimentos, mas também criar uma rede colaborativa única e de alcance global dentro de uma comunidade vibrante. Os bilhetes já estão à venda, e a programação completa, bem como os horários, aqui.

 

Dia 19, sábado, destaque para o concerto no grande auditório do Convento São Francisco, com o Coro de Mulheres da Fábrica e a renomada cantora galega Uxía Domínguez Senlle, juntos em palco, numa apresentação que promete enaltecer a força das mulheres, refletindo sobre questões de igualdade de género, direitos laborais e o poder transformador das vozes coletivas. Ainda no mesmo dia, no palco antiga igreja, Isabella Bretz é a anfitriã do evento inaugural do Festival MATE’24. A investigadora e artista brasileira apresenta o seu estudo sobre o papel da música como ferramenta de diplomacia cultural na Ibero-América.

 

Seguem-se, no mesmo palco, o “showcase” do talentoso pianista brasileiro Jonathan Ferr, a palestra sobre a caixa de subscrição Dinis Caixapiz para educação infantil e a performance “AquaSonic”, que funde música eletrónica ambiente e ilustração digital em torno do tema da água. No palco claustro, há espaço para “showcases” de dois grupos musicais emergentes: o eclético trio espanhol Altillo, que mistura folk, rap, música eletrónica e canção de autor, e os portugueses Fala Povo Fala, que combinam música e poesia, numa atuação que levará ao palco a riqueza da palavra e das tradições portuguesas.

 

Já na sala Dona Inês, a performance Bodily Future: Dance and AI explora a intersecção entre inteligência artificial e criatividade humana na dança contemporânea, enquanto na sala Piso 2, o workshop “SENSORY IMMERSION” promete embarcar os participantes numa jornada de autoconhecimento, através do teatro e dança, musicoterapia e aromaterapia. O documentário Mário Lopes: Quimera, que acompanha o músico e a sua banda durante a criação do seu primeiro trabalho de originais, e o filme norte-americano 3100: Run and Become, cujo enredo se centra na ultramaratona mais longa do mundo – a corrida de 3100 milhas, em Nova Iorque – para redefinir a noção do possível e dos limites humanos, serão exibidos na sala Multiuso. Por fim, à noite, o programa termina ao som da eletrónica de T3D Bunny e Professor ofc, que prometem aquecer o ambiente e convidar à dança no bar da cervejaria artesanal Epicura.

 

Dia 20, há inúmeras oportunidades para conhecer novos projetos e participar em workshops e atividades de capacitação profissional. O grande auditório do Convento São Francisco receberá AMOR, um espetáculo com entrada gratuita, concebido pela companhia de teatro Instantâneos, que consiste numa “conversa boémia e improvisada, na qual se revelam segredos, dúvidas existenciais e lugares-comuns, pintados de cor-de-rosa.” Outro dos destaques do dia vai para a apresentação a cargo das Escolas de Samba da Mealhada e do grupo teatral da Guiné-Bissau Pataca do Norte no Palco Antiga Igreja, uma união que resulta num momento celebratório, repleto de ritmo e dança. O resultado desta colaboração é, também, apresentado no dia anterior, 19, no Cineteatro Messias, na Mealhada, pelas 17h00, num evento que precede a abertura oficial do Festival MATE 2024.

 

Ainda no palco igreja, o mexicano Daniel Aspuri vai criar atmosferas electroacústicas envolventes e profundas, e a performance Marta U vai explorar a história de Marta Ugarte Román, professora e militante comunista opositora à ditadura militar de Augusto Pinochet Ugarte, através do teatro e da dança. Bandas e artistas em ascensão têm, também, espaço para apresentar a sua música em “showcases”, no palco claustro. O guitarrista, compositor e cantautor português Manuel Ferreira vai estar encarregue, com a sua guitarra de sete cordas, de abrir as hostes da sessão, mostra à qual se vão seguir o folk do trio galego Zeltia Irevire, a fusão sónica entre tradição e contemporaneidade do grupo de Vilar Formoso ECOA: Identidade & Raíz, e as batidas e rimas do rapper brasileiro Zudizilla, um nome que tem criado ondas na música urbana do presente.

 

Na sala Dona Inês, logo ao início da tarde, as melodias percussivas da handpan de Go with the Flow Jam Spirit marcam o arranque das atividades, num dia que também contará com performances de Alicerce, um espetáculo de dança contemporânea que mescla a técnica do balé clássico com as danças brasileiras, e do projeto multidisciplinar franco-argentino Ça Me Touche, que se debruça sobre o sentido do tato e o papel da pele na sociedade hodierna. O mesmo espaço acolhe, também, o Projeto Guarda Rios que, no âmbito de uma oficina sobre educação inclusiva, dá a conhecer métodos de aprendizagem prática e de desenvolvimento de competências sociais, emocionais, artísticas e cinética destinados a crianças.

 

Interessados em aprender sobre “Apresentação de Pitch” e em assistir à discussão de painel “Web3 e NFT”, a respeito do futuro do digital, podem dirigir-se à sala Multiuso onde, ao longo do dia, vai estar, também, em exibição “Temos um país para Reconstruir | Viva a Cultura Popular – PPM VII”, um documentário que dá a conhecer iniciativas que convergem para a preservação do património histórico e artístico de Brasília e do Brasil. Após a palestra LiveME: Educação Criativa Informal, a sala Piso 2 acolhe o workshop “Storytelling Imersivo”, um projeto que fortalece a sinergia entre as narrativas e as competências matemáticas, motivando a aprendizagem desta ciência fundamental.

 

Na mesma sala, da parte da manhã, tem, ainda, lugar uma oficina de flamenco com a dançarina Fuensanta Blanco. Também a livraria do Convento, Livraria Bruaá, vai estar recheada de workshops. Histórias em Movimento, que promove a literacia artística e literária em contexto formal, fomentará a performance artística como estratégia capaz de aproximar a leitura do mundo das experiências pessoais dos alunos; e, diretamente do México, Futuroscope vem até ao MATE para dar a conhecer um jogo de mesa que aprimora a capacidade de prognóstico e o pensamento crítico. Por fim, os DJs Mok Groove e Gaiteirinho vão reforçar a união luso-brasileira que está na génese deste festival, com alinhamentos em que as batidas de distintas vertentes da eletrónica vão de encontro a grooves e músicas tradicionais de vários pontos do planeta. Os seus DJ sets acontecerão no Bar Epicura, sendo abertos a toda a comunidade.

 

Dia 21, as atividades têm início logo pela manhã no TAGV – Teatro Académico Gil Vicente, com uma mesa de conversas que reúne representantes do Festival MATE, IGAC e da DGARTES em torno do tema “Acessibilidade: Cultura Para Tod@s”. A este momento, que será um laboratório de pensamento e discussão, segue-se um “showcase” do pianista invisual Jorge Gonçalves. De regresso ao Convento São Francisco, o grande auditório vai acolher uma das grandes atrações desta edição do MATE, o Cine Concerto Central do Brasil, no qual Antonio Pinto e Jaques Morelenbaum, compositores da banda sonora original deste clássico do cinema brasileiro de 1998, juntam-se à Orquestra Clássica do Centro num espetáculo em que o filme de Walter Salles é projetado na íntegra, com os diálogos e efeitos sonoros originais, enquanto a banda sonora é tocada ao vivo.

 

No palco Antiga Igreja, Ecosophy encetará o programa com uma performance que combina música e multimédia, criando um ambiente de reflexão sobre a relação homem-natureza. Já o projeto Não Há Pedra Que Não Bula, inspira-se no cancioneiro antigo da Beira Baixa para invocar espaços fantológicos numa apresentação que se baseará em modos dinâmicos de improvisação musical. A emergente cantora portuguesa emmy Curl fechará os concertos neste espaço com música que resiste a catalogações estéticas e se inspira tanto na música tradicional portuguesa como na pop onírica e eletrónica. Outros sons escutar-se-ão no Palco Claustro, que servirá de palco a três showcases internacionais relevantes para todos os interessados em músicas do mundo: o da dupla de flamenco fusionista Lara Wong & Melón Kimenez, dos argelinos Rabie Houti Band e do espanhol Gecko Turner.

 

Apresentações de mais três projetos, todos originários do Brasil, têm lugar na sala Dona Inês. A tarde vai começar com Memórias e Escuta, uma palestra que narra a história do Forró, destacando as vozes femininas que o enalteceram e divulgaram. Segue-se Eu Escrevo Quando Eu Quero, que explora a intersecção entre escrita digital, dramaturgia e performance poética, abordando o ato da escrita e a mulher literária. Por fim, Ensaio Para o Fim vai dar a conhecer uma performance artística em que duas atrizes desafiam a linearidade do tempo, refletindo sobre a complexidade da experiência humana.

 

Já na sala Multiuso ocorrerão várias atividades PRO, destinadas maioritariamente a profissionais das Indústrias Culturais e Criativas. A IGAC elucidará os presentes sobre “Classificação Etária de Espetáculos”, a Fundação GDA dará um workshop sobre “Direitos de Autor” e, ainda, haverá uma discussão de painel acerca de “A Indústria do Cinema: da Produção Artística à Promoção Cultural”. Estas atividades PRO serão complementadas por “speed meetings” – encontros entre artistas, profissionais das Indústrias Culturais e Criativas e agentes de diversos sectores económicos –, que ocorrerão na sala Piso 2.

 

Logo após este momento de “networking” profissional, haverá duas oficinas: Violeta: Florescer em La Adversidad, que promoverá a consciência ambiental através de abordagens multidisciplinares, e Scan2BIM, que apresentará aos participantes novos métodos, conhecimentos e competências necessários para um projeto de arquitetura eficiente e colaborativo. Também o Espaço Expositivo será casa para o workshop Katharós, sobre colagem manual, que será um espaço catalisador de potência criadora. Para terminar a noite, o DJ bairradino de tech-house Negrão e a espanhola Yasmina farão do Bar Epicura o destino certo para todos aqueles em busca de conhecer novos talentos no campo da eletrónica.

 

No dia de encerramento da 2.ª edição do Festival MATE 2024, dia 22, o pianista Jorge Gonçalves regressa ao MATE, desta feita ao grande auditório do Convento São Francisco, para, num formato palestra-concerto, dar a conhecer os seus talentos interpretativos enquanto partilha a sua experiência como músico invisual. Também o conimbricense Coletivo Tanto-Mar, num concerto com participação do ícone da música popular brasileira Arnaldo Brandão, sobe ao palco deste auditório para apresentar um espetáculo especial que cruza o atlântico, celebrando a língua portuguesa e reforçando os estreitos laços culturais entre os dois países. E música advinda de diversos universos continuará a ser uma constante neste derradeiro dia do festival. Mostras de Handpan Jazz e O Baixo Calado transformarão o palco antiga igreja, preenchendo-o com tons de jazz e sonoridades exploratórias.

 

Além destes “showcases”, o palco claustro dará espaço a três projetos internacionais que tecem relações estilísticas únicas entre vários campos sónicos: a cantora indígena e compositora brasileira Eloa Puri apresenta o espetáculo ORUTUNA, que cruza influências afro-indígenas com a música popular brasileira da atualidade; a dupla Lívia Nestrovski & Fred Ferreira faz uma síntese entre a tradição da palavra cantada brasileira e os sons do presente; e os Red Oak Troubadour, com participação especial de Isabel Martinez, resgatam a tradição portuguesa, recriando-a em novas paisagens musicais marcadas por uma folk eclética.

 

Não faltarão também ocasiões para participar em palestras, workshops e atividades PRO neste dia. A sala multiuso abrirá com uma palestra da Mawu Arte e Educação, uma associação que apresentará a sua visão singular sobre educação infantil alternativa. Na mesma sala, ocorrerão também dois painéis de discussão: o primeiro abordará possíveis formas de Cooperação Ibero-Americana e, o segundo, terá como tema “Eventos no Centro de Portugal”. De seguida, será exibido o documentário Retimbrar de Trás p’rá Frente – O Percurso até Levantar do Chão, que dará a conhecer o processo de produção do álbum Levantar do Chão, dos Retimbrar, realizado durante a pandemia. A sala Piso 2 será local de três workshops: Arte como Ferramenta Terapêutica, que oferecerá abordagens práticas e acessíveis sobre como a arte pode ser utilizada como uma ferramenta terapêutica no quotidiano; Reciclave, uma iniciativa eco-musical que procura criar música percussiva através de materiais recicláveis; e Escrita Não Criativa, que promoverá uma relação saudável com as palavras, fomentando uma escrita livre e criativa. Outro workshop, intitulado DESPOCHO, terá lugar na sala Dona Inês, onde a fotografia será utilizada como ferramenta para empoderar os participantes. Também nesta sala, serão apresentados os projetos Fun-Fun, concebido para retratar a influência da cultura de terreiros no Carnaval de Salvador da Bahia, e O Último Dia de Leão, que utiliza o jazz e os ritmos populares da cultura pernambucana como fios condutores para tecer narrativas musicais inovadoras. Já no Espaço Expositivo, Inserting Patterns oferecerá uma experiência interativa de visualização dos nossos pensamentos e do impacto do consumo audiovisual no cérebro.

 

Para finalizar, as honras de encerramento do Festival MATE 2024 estarão a cargo das brasileiras DJ Clyta e Bruna Vale, cujas perspetivas rítmicas colocarão um ponto final nesta segunda edição do evento. Como habitual, no palco do Bar Epicura.

 

De 19 a 22, no Espaço Luthiers, Mercado Criativo, Espaço Memória e Espaço Expositivo, além dos vários “showcases”, performances, concertos, workshops, palestras, exposições, exibições e atividades PRO, haverá também no MATE exposições, instalações e um mercado criativo e espaço de “luthiers”, que estarão a decorrer de forma contínua durante os quatro dias do festival. O Mercado Criativo será uma mostra de alguns dos produtos mais inovadores criados por artesãos que trabalham desde o barro à joalharia. Especial enfoque será dado à produção local, contando com a presença de Artesalhas, Ateliê Thi, Camellias Jewelry, Magna Mater, Centro Periférico by Aral, Mira.me, Paper Mate e So_Ham_Natural.

 

No Espaço de Luthiers, estarão bancas de alguns dos melhores construtores de instrumentos portugueses e internacionais, entre os quais Andy Manson Custom Guitars, Bombos Augustus, Dan Instruments, Ergon Guitars, Fernando Meireles, Gamasax, Laborda Guitars, Mar Handpan, Mateo Mena, Óscar Cardoso, Paredes-Meias, CRL, Pedalógica, Tukentuk e RL Instrumentos Musicais. No contexto deste espaço, no domingo, 20 de outubro, haverá também a oficina Comunidade e Tambor, que, recorrendo à escrita criativa e ao bullerengue, criará um espaço reflexivo de diálogo sobre a relação entre corpo físico e território geográfico.

 

Em exposição permanente, todos os dias entre as 19h00 e as 20h00, no Espaço Memórias, estará a instalação de arte interativa Saudade Vision Pro, uma mordaz crítica ao impacto da tecnologia na relação do homem com o mundo que o rodeia. A instalação interativa Acoustic Mirrors, que reúne estruturas de concreto usadas originalmente na deteção de aeronaves inimigas antes da invenção dos radares, estará também em exposição contínua. Para completar o cartaz, haverá também um Espaço Expositivo que reunirá projetos de arte e tecnologia, a funcionar diariamente entre as 18h00 e as 21h00, e que incluirá a participação de Cláudia Carmelo, [Entre]Linhas, Escamas, Eu Sou Arte, Fugas, Jharna-Kala, Lacrimae, Limiar, Luisenbach, Não é para ser, é para dar prazer, O puro suco do Brasil, Prisioner of Copacabana, A Árvore dos Desejos (VIDA), Jardim Cibernético, Moda Expansiva, Realidade Invisível e Painting Forever. Os artistas e criadores de algumas destas exposições terão, também, a oportunidade de apresentar em maior detalhe o seu trabalho em curtas palestras, que acontecerão no espaço central da antiga igreja ao longo dos quatro dias do festival.

 

 

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