O inquérito informal, que colocava duas perguntas sobre o uso do glifosato para o controlo das ervas no espaço urbano, obteve 5.478 respostas. 97% dos inquiridos responderam sim à primeira pergunta que, relembre-se, era se “preferia tolerar algumas ervas, por razões ecológicas, de saúde pública, de proteção à saúde dos animais domésticos e de salvaguarda das importantes populações de polinizadores” ou utilizar glifosato nas quantidades necessárias. O resultado foi esmagador, com 5.325 dos inqueridos a optarem pela utilização do glifosato.
“Coimbra, por razões ecológicas, não quer a utilização do glifosato. As pessoas, numa opção assumida e consciente pela saúde comunitária, preferem tolerar algumas ervas nos passeios, numa espécie de renaturalização da cidade. Apraz-nos muito registar este resultado, com o qual estou totalmente de acordo, é melhor ervas naturais do que herbicidas tóxicos”, afirmou o presidente da Câmara, na reunião do Executivo municipal.
O presidente da Câmara salientou, ainda, que quer “uma cidade limpa e bem cuidada, apesar da evidente falta de civismo de algumas pessoas” e que conta “que assim aconteça no próximo ano, fruto do trabalho que está a ser desenvolvido pelos serviços camarários e pelas Juntas de Freguesia”. “Os serviços camarários também estão a adaptar-se a esta nova realidade e a reforçar meios, o que exige alocar ainda mais recursos financeiros a este objetivo, para o que contamos que a receita de Coimbra continue a aumentar saudável e progressivamente”, acrescentou.
José Manuel Silva aproveitou a ocasião para renovar alguns desafios já lançados, designadamente a “entrega de espaços verdes, sobretudo os de menor dimensão, total ou parcialmente, a pessoas que tenham gosto em cuidar deles, com a disponibilização de apoio técnico e de plantas por parte da Câmara”. “Para tanto, basta as pessoas manifestarem à Câmara essa disponibilidade e vontade. Fica este apelo em aberto, à espera de voluntários”, afirmou o autarca.
O presidente da CM de Coimbra disse, ainda, que a autarquia vai procurar reforçar parcerias com instituições ligadas à área verde e abrir a possibilidade a patrocínios de jardins por empresas, com base em mecenato e outsourcing, bem como estudar o reforço do outsourcing de mais espaços verdes, o que também obrigará a mais financiamento. “Precisaríamos de mais cerca de 100 a 120 mil euros”, referiu.
De referir, a propósito, que, recentemente, a Câmara Municipal aprovou a abertura de um concurso para quatro novos jardineiros, com reserva de recrutamento. O edil espera que haja candidatos suficientes. “Precisaríamos de contratar muitos mais, mas isso iria onerar significativamente o insuficiente orçamento camarário. Coimbra precisa de crescer para aumentar o seu orçamento e capacidade de investimento”, acrescentou.