7 Outubro 2024

97% dos participantes no inquérito informal é contra o uso de glifosato para controlar ervas em espaço urbano

97% dos participantes no inquérito informal é contra o uso de glifosato para controlar ervas em espaço urbano

Os resultados da auscultação informal sobre a utilização de glifosato foram revelados hoje, dia 7 de outubro, pelo presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, no período antes da ordem do dia da reunião do Executivo. A votação eletrónica informal terminou a 30 de setembro e foram recebidas 5.478 respostas. Destas respostas, 97% (o que corresponde a 5.325 votos) são de rejeição à reutilização deste herbicida, que deixou de ser usado para controlar as ervas no espaço urbano no início deste mandato autárquico, por ter sido um compromisso eleitoral. Uma maioria esmagadora votou, assim, pela opção de tolerar algumas ervas e não utilizar o glifosato. Entretanto, José Manuel Silva já prometeu reforçar meios e renovou o desafio à comunidade para se encontrarem cuidadores para os jardins.

O inquérito informal, que colocava duas perguntas sobre o uso do glifosato para o controlo das ervas no espaço urbano, obteve 5.478 respostas. 97% dos inquiridos responderam sim à primeira pergunta que, relembre-se, era se “preferia tolerar algumas ervas, por razões ecológicas, de saúde pública, de proteção à saúde dos animais domésticos e de salvaguarda das importantes populações de polinizadores” ou utilizar glifosato nas quantidades necessárias. O resultado foi esmagador, com 5.325 dos inqueridos a optarem pela utilização do glifosato.

 

“Coimbra, por razões ecológicas, não quer a utilização do glifosato. As pessoas, numa opção assumida e consciente pela saúde comunitária, preferem tolerar algumas ervas nos passeios, numa espécie de renaturalização da cidade. Apraz-nos muito registar este resultado, com o qual estou totalmente de acordo, é melhor ervas naturais do que herbicidas tóxicos”, afirmou o presidente da Câmara, na reunião do Executivo municipal.

 

O presidente da Câmara salientou, ainda, que quer “uma cidade limpa e bem cuidada, apesar da evidente falta de civismo de algumas pessoas” e que conta “que assim aconteça no próximo ano, fruto do trabalho que está a ser desenvolvido pelos serviços camarários e pelas Juntas de Freguesia”. “Os serviços camarários também estão a adaptar-se a esta nova realidade e a reforçar meios, o que exige alocar ainda mais recursos financeiros a este objetivo, para o que contamos que a receita de Coimbra continue a aumentar saudável e progressivamente”, acrescentou.

 

José Manuel Silva aproveitou a ocasião para renovar alguns desafios já lançados, designadamente a “entrega de espaços verdes, sobretudo os de menor dimensão, total ou parcialmente, a pessoas que tenham gosto em cuidar deles, com a disponibilização de apoio técnico e de plantas por parte da Câmara”. “Para tanto, basta as pessoas manifestarem à Câmara essa disponibilidade e vontade. Fica este apelo em aberto, à espera de voluntários”, afirmou o autarca.

 

O presidente da CM de Coimbra disse, ainda, que a autarquia vai procurar reforçar parcerias com instituições ligadas à área verde e abrir a possibilidade a patrocínios de jardins por empresas, com base em mecenato e outsourcing, bem como estudar o reforço do outsourcing de mais espaços verdes, o que também obrigará a mais financiamento. “Precisaríamos de mais cerca de 100 a 120 mil euros”, referiu.

 

De referir, a propósito, que, recentemente, a Câmara Municipal aprovou a abertura de um concurso para quatro novos jardineiros, com reserva de recrutamento. O edil espera que haja candidatos suficientes. “Precisaríamos de contratar muitos mais, mas isso iria onerar significativamente o insuficiente orçamento camarário. Coimbra precisa de crescer para aumentar o seu orçamento e capacidade de investimento”, acrescentou.

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