O documentário de Tiago Cravidão, “Ó Manel! Há uma revolução em Lisboa”, elaborado com o envolvimento do público, regista os pequenos gestos do quotidiano, as memórias individuais da revolução portuguesa, sobretudo as rotinas que, naquela quinta-feira de 1974, foram interrompidas pelo golpe militar.
No dia da revolução portuguesa, Alice plantou cebolas e Ana percorreu a cidade de carro. No Largo de Santana, Edite esteve refém na sua loja, e Lúcia, na baixa, preparou o almoço: sopa de couve, carapau frito, feijão verde, e laranjas do mondego. Estas são algumas das histórias que o filme acolhe, frágeis ficções construídas em redor dos gestos do quotidiano feminino que, naquele dia inteiro e sem nuvens, foi interrompido por um golpe militar.
O filme mostra, ainda, as imagens realizadas por Aurélio Santos durante os dias seguintes ao 25 de abril e, pela primeira vez, o público de Coimbra vai poder ver imagens em movimento inéditas da invasão popular das instalações da polícia política. Um evento que ficou marcado na memória de todos que viveram o 25 de abril em Coimbra e que pode agora ser recordado no cinema, graças à parceria entre o Centro de Documentação 25 de abril e a Cinemateca Portuguesa – Arquivo Nacional de Imagens em Movimento.
A estreia de “Ó Manel! Há uma revolução em Lisboa” está marcada para o dia 20 de setembro, às 18h00, na Casa do Cinema de Coimbra. A iniciativa é gratuita, mas é necessária a reserva no website da Casa do Cinema de Coimbra. Estas e outras informações podem ser conseguidas através do email geral@caminhos.info ou do contacto 239 851 070.
