30 Agosto 2024

Coimbra quer mudar residência da CP que põe em causa plano urbanístico junto ao rio

Coimbra quer mudar residência da CP que põe em causa plano urbanístico junto ao rio

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra pretende que a CP altere a localização da residência de estudantes que previa construir na cidade, cujo projeto atual põe em causa o estudo urbanístico para a frente ribeirinha, na margem direita do rio. Em maio, um despacho da Comboios de Portugal (CP) aprovava um investimento de 890 mil euros, no âmbito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para transformar um antigo dormitório numa residência estudantil com capacidade para 25 camas em Coimbra. No entanto, o projeto entra em conflito com o estudo urbanístico da Câmara de Coimbra e o projeto de Joan Busquets, com o dormitório a não estar previsto no desenho do arquiteto catalão para a frente ribeirinha, no âmbito do Plano de Pormenor da futura estação intermodal de Coimbra, cujo estudo abrange também aquela zona, onde estão projetados dois edifícios em U em terrenos que são maioritariamente da Infraestruturas de Portugal (IP). Face ao conflito entre as duas propostas, a Câmara Municipal (CM) de Coimbra iniciou um diálogo com o Ministério das Infraestruturas e Habitação para encontrar uma solução, afirmou à agência Lusa a vereadora com o pelouro do urbanismo, Ana Bastos.

De acordo com a vereadora, o projeto da CP “não se integra na morfologia urbana” projetada e impede a continuidade de uma via que estava prevista para aquela zona, no âmbito do estudo urbanístico. “O ministro e a secretária de Estado da Mobilidade mostraram-se sensíveis e concordaram com a posição da Câmara de Coimbra”, referiu Ana Bastos, cuja última reunião com a secretária de Estado da Mobilidade foi ontem, dia 29 de agosto.

 

Face à impossibilidade de se perderem verbas do PRR, foi demonstrada abertura para se encontrar uma solução alternativa para a residência de estudantes prevista pela CP, acrescentou. Nesse sentido, a CM de Coimbra irá procurar encontrar uma “solução alternativa para a residência de estudantes” que não comprometa o estudo urbanístico, com a vereadora a indicar como uma das possibilidades a reconversão de um pavilhão da IP, também naquela zona, junto ao edifício da Segurança Social.

 

Na reunião de ontem, a CP também esteve representada e “prontificou-se a estudar” as soluções alternativas, disse. “O próximo passo será marcar uma reunião a três, entre CP, Câmara de Coimbra e IP”, referiu à Lusa Ana Bastos. Segundo a vereadora, há vontade e abertura do Governo para se encontrar uma solução que não ponha em causa o estudo urbanístico e reconhece o impacto que a requalificação do dormitório teria naquela zona, já que a residência, a ser implementada, além de inviabilizar uma das vias, impedia também a construção de um dos dois edifícios em U projetados para a zona. “Queremos manter o melhor dos dois mundos – não inviabilizar o nosso estudo, mas também garantir que a CP avance com a residência”, vincou.

 

Em junho, a CP afirmava à agência Lusa que a requalificação do dormitório iria avançar, após ter visto aprovada a candidatura no âmbito do Programa Nacional de Alojamento para o Ensino Superior, aclarando que a residência seria futuramente gerida pela Universidade de Coimbra. Também em junho, a IP, questionada pela agência Lusa sobre o projeto que punha em causa aquilo que estava previsto na maquete de Joan Busquets para a zona, recusou-se a prestar quaisquer esclarecimentos sobre o assunto.

 

LUSA/CM de Coimbra

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