9 Julho 2024

CM de Coimbra lamenta encerramento noturno das urgências nos Covões

CM de Coimbra lamenta encerramento noturno das urgências nos Covões

O presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, lamentou a centralização da urgência noturna nos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), entre as 20h00 e as 8h00, prevista no anunciado plano de contingência para o Verão. “Não posso deixar de lamentar o novo encerramento noturno das urgências do Hospital dos Covões e de manifestar a minha solidariedade com os profissionais e com os doentes relativamente a mais este encerramento, para já anunciado como temporário”, referiu na reunião do Executivo municipal, que decorreu ontem, dia 8 de julho.

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra apresentou, no final de junho, o plano de contingência para a resposta sazonal em saúde na época estival, que começou no dia 15 de junho e se prolonga até 30 de setembro. “Nunca responsabilizei os conselhos de administração pelas medidas drásticas que, devido aos constrangimentos financeiros impostos pela tutela, se sentem obrigados a decretar. A responsabilidade, sejamos claros, é sempre da tutela”, alegou. José Manuel Silva, que durante seis anos foi bastonário da Ordem dos Médicos, mostrou-se profundamente dececionado com o estado atual do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que diz estar hoje “muito pior do que no tempo da troika”.

 

“Tal é profundamente paradoxal, mas não surpreendente, com múltiplos encerramentos de urgências em várias especialidades e diferentes localidades e cada vez mais portugueses sem médico de família, afastando cada vez mais os cuidados de saúde de quem deles necessita, com ineludíveis consequências”, sustentou. Segundo o autarca, os portugueses não devem “continuar a assistir passivamente à progressiva destruição do SNS e à desvalorização dos seus profissionais, um meio óbvio de esvaziar de competências o SNS e de forçar o emagrecimento das suas respostas”. “É antilógico que, num país pobre, quase quatro milhões de portugueses se tenham visto forçados a pagar a saúde duas vezes, fazendo seguros de saúde, seguros esses que são frágeis e não garantem uma boa cobertura de cuidados”, indicou.

 

Ao longo da sua intervenção, José Manuel Silva disse esperar, do atual Governo, “uma estratégia clara de revitalização sustentada do SNS” e “não apenas de paliativos para situações de crise agudizada”. “Nesse âmbito, porque o anterior Governo não o fez, exigimos uma reafirmação clara, ou seja, uma dotação orçamental adequada e imediatamente disponível, para a aceleração da nova maternidade de Coimbra, para prevenir inevitáveis e muito graves problemas no futuro próximo”, enfatizou.

 

O presidente da Câmara aproveitou ainda para apelar a uma desconcentração dos serviços centrais do Governo, para além das duas áreas metropolitanas, na área da saúde. “Reafirmamos a nossa vontade para recebermos em Coimbra a Direção-Geral da Saúde. Aguardamos um novo olhar do Ministério da Saúde para o SNS e para Coimbra”, acrescentou.

 

LUSA/CM de Coimbra

Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now.

×