28 Junho 2024

CM de Coimbra pediu ao Governo para a região ser tratada como área metropolitana

CM de Coimbra pediu ao Governo para a região ser tratada como área metropolitana

A vereadora da Câmara Municipal (CM) de Coimbra com o pelouro da mobilidade e transportes, Ana Bastos, criticou a diferença de tratamento que a administração central dá no apoio à mobilidade urbana entre as duas áreas metropolitanas e o resto do país e sugeriu que a região Centro seja tratada como uma área metropolitana, na cerimónia de apresentação do aviso para a conclusão do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), que decorreu hoje, dia 28 de junho, no Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção (Itecons), em Coimbra.

“O défice anual [para o serviço dos transportes urbanos de Coimbra] é na ordem dos dez milhões de euros e é totalmente coberto pela Câmara. É um défice muito grande para o magro orçamento municipal”, salientou a vereadora, considerando a situação “dramática”. Nesse sentido, apelou ao Governo para que olhe para a forma como trata os territórios do Centro, perante “um país polarizado”, por forma a assegurar que atinge as metas a que se propõe na área ambiental. “Tenham um carinho especial pela região e tratem-na como uma área metropolitana”, disse, referindo que os programas de apoio disponíveis para o apoio aos transportes públicos são insuficientes.

 

Em resposta, o ministro das Infraestruturas e Habitação afirmou que o Governo está a estudar a região Centro “de forma diferente”, nomeadamente nos dossiês do itinerário principal 3 (IP3) e da autoestrada 13 (A13). “Posso afirmar aqui – não proclamar que o iremos fazer – que este Governo está a estudar a região Centro de forma diferente, no que concerne ao IP3, A13 e alta velocidade”, disse Miguel Pinto Luz, também presente na cerimónia de apresentação do aviso para a conclusão do SMM. Instigado por um discurso prévio da vereadora Ana Bastos, para acabar com um país que considerou “bipolarizado”, o ministro admitiu que o SMM é uma dívida histórica que está a ser reposta, mas que a região “precisa de mais”. “Tem perdido competitividade e, se calhar, por falta de investimento público”, notou, apontando para a falta do mesmo em infraestruturas como o IP3 (ligação entre Coimbra e Viseu) ou a A13  (Autoestrada do Pinhal Interior), que poderiam ajudar o Centro a “funcionar como um macro polo”. Miguel Pinto Luz considerou que o investimento público está a acontecer, em casos como a aposta na alta velocidade, que já estava previsto pelo anterior Governo que passasse por Leiria, Coimbra e Aveiro, mas que será também preciso uma aposta na mobilidade urbana. Questionado pelos jornalistas no final da cerimónia, o ministro apenas referiu que o Governo está a “reforçar o pensamento” sobre o que poderá fazer “à volta do IP3”, uma “eterna adiada solução de mobilidade à volta da região Centro”, assim como a A13.

 

A cerimónia de apresentação do aviso de candidatura ao Programa Sustentável 2030, que permitirá à Infraestruturas de Portugal (IP) obter financiamento comunitário para a conclusão das obras do SMM, vai ainda contribuir para o cumprimento dos principais indicadores associados à sustentabilidade ambiental, designadamente a redução de emissões de CO2.

 

A cerimónia realizada em Coimbra contou ainda com a presença da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, e também do presidente do Conselho de Administração da IP, Miguel Cruz, que referiu que “este projeto irá ancorar e disseminar toda a mobilidade da região, levando a uma profunda reestruturação do sistema de transportes públicos e será uma peça essencial na desejada transferência modal para o transporte público que ambicionamos e que, em Coimbra, se conjugará com a aposta na Ligação de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa”.

 

LUSA/CM de Coimbra

 

Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | João Paulo Silvano

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