Com a participação neste projeto, Coimbra procura afirmar o seu posicionamento no pilar estratégico “Turismo espiritual e religioso” na região – e concretamente no concelho – com a integração do património judaico da cidade nas rotas culturais e turísticas associadas a esta temática a nível europeu. Atualmente, este pilar estratégico tem um posicionamento de nível médio na região de Coimbra, pelo que este projeto poderá ser um impulsionador deste produto turístico. Importa referir que o património judaico, enquanto recurso turístico, tem também enquadramento no pilar “Cultura, História, Património, Gastronomia e Vinhos”, cujo posicionamento é de nível elevado.
A Câmara Municipal de Coimbra, através da Divisão de Museologia, tem desenvolvido trabalho de investigação em torno da história judaica em Coimbra, nomeadamente a partir da descoberta, em 2013, de uma sala de banhos rituais judaicos (mikveh), cujo estudo e certificação rabínica é uma prioridade para o Município, por se tratar de uma estrutura única em Portugal, que se quer aberta à fruição pública para projetar Coimbra como uma atração para o turismo judaico. O mikveh de Coimbra assume-se, assim, como uma estrutura de enorme relevância para o conhecimento da presença de comunidades judaicas em Coimbra. Para este trabalho de investigação, foi constituída uma equipa abrangente que integra elementos de várias instituições da cidade, a quem cabe estudar, cuidar e promover o património do concelho.
Por outro lado, os documentos existentes sobre a comunidade judaica em Coimbra remontam à Idade Média, pelo que o Município tem considerado estratégico o seu posicionamento nesta matéria, dada a importância que as duas judiarias de Coimbra tiveram na história da cidade. Uma marca especialmente relevante para Coimbra é o facto de o primeiro documento que atesta a presença de judeus no país ser da cidade, datado do século X. A Câmara inaugurou, de resto, em 2021 a Exposição “Judeus de Coimbra” que pretende reabilitar a memória das comunidades judaicas que habitaram o território urbano de Coimbra, e que foi instalada no Pátio da Inquisição num espaço que pertenceu, até à sua extinção em 1821, ao antigo Tribunal do Santo Ofício da Inquisição de Coimbra. Também a Universidade de Coimbra é detentora de um significativo legado histórico referente à cultura judaica, sobretudo documental e bibliográfico, onde se destaca a Bíblia Hebraica, manuscrito em pergaminho da segunda metade do século XV, de enorme raridade.
Quanto aos valores globais do orçamento da parceria, 1.771.614 euros, cabe ao Município de Coimbra 198.291 euros. A comparticipação global FEDER (80%), no valor de 1 417 291,20 euros, corresponde ao compromisso da Câmara de 158 632,80 euros. A duração total do projeto é de quatro anos, prevendo-se arrancar a 1 de abril de 2024.
Do valor total do orçamento que cabe à Câmara Municipal, aproximadamente 48% diz respeito a despesas de recursos humanos, no valor de 95 040 euros. A tipologia de despesas afetas a este projeto é distribuída pelas seguintes rubricas: custos com pessoal, viagens e alojamento, aquisição de serviços (nomeadamente para contratação de certificação externa de despesa, organização de workshops, material de comunicação diversificado, serviços de tradução) .Tratando-se de um projeto financiado por fundos comunitários/FEDER, aprovado em março de 2024, a receita que lhe está associada é consignada, pelo que deverá ser criada rúbrica GOP plurianual, numa próxima revisão orçamental.