Carlos Fiolhais, professor catedrático de Física da Universidade de Coimbra e ensaísta, ex-diretor da Biblioteca de Física da Universidade de Coimbra, ex-diretor da Biblioteca Geral da UC, fundador e ex-diretor do Rómulo-Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra e atual coordenador das “Conversas Almedina” na Livraria Almedina-Estádio em Coimbra, pretende doar ao Município de Coimbra parte significativa da sua vasta coleção de livros, publicações periódicas e de suportes áudio e audiovisuais, com vista à criação de um novo equipamento cultural onde funcione uma biblioteca que possa ser desfrutada pelos meus cocidadãos e vindouros.
Nesse sentido, tal como explana a proposta de protocolo, “é do interesse municipal aceitar a doação nas condições manifestadas pelo doador e desenvolver o projeto cultural e educativo que lhe está associado”. Por sua vez, a AC considera que este projeto representa “o começo de um novo ciclo que permitirá contribuir para a promoção da relação entre o saber científico e a sociedade, valorizando as suas contribuições para o bem-estar das pessoas em harmonia com a sustentabilidade do recurso água, em particular, e do planeta, no geral”.
Assim, a proposta prevê que seja celebrado um protocolo entra ambas as entidades e Carlos Fiolhais com vista à instalação, no Parque Dr. Manuel Braga, de um centro cultural com serviço de biblioteca, designado Estação Elevatória de Coimbra – Biblioteca Carlos Fiolhais, funcionando ainda como um polo da Biblioteca Municipal.
A universalidade dos bens doados ao Município de Coimbra – como se refere na minuta de protocolo – abrange cerca de 40 mil documentos (literatura nacional e estrangeira, incluindo poesia, arte, banda desenhada, ciência e tecnologia e ensaios), publicações periódicas, nacionais e estrangeiras, e suportes áudio e audiovisuais (discos digitais com músicas, principalmente, música clássica e jazz, filmes, de ficção e documentários, e programas informáticos).
O protocolo estabelece, entre outos aspetos, a calendarização da doação. No ato de assinatura, serão entregues cerca de três mil documentos, entre os quais livros, publicações periódicas e suportes áudio e audiovisuais, para que se possa iniciar o trabalho de inventariação, assegurado pela Águas de Coimbra, sob coordenação do serviço da Divisão de Bibliotecas e Arquivo Histórico da CM de Coimbra. À medida que a inventariação dos bens doados for sendo efetuada, vão sendo entregues à autarquia mais documentos. Os restantes serão entregues, após o falecimento do professor catedrático, e representam livros da sua autoria, manuscritos, apontamentos, esboços, e outros de uso pessoal.
A Águas de Coimbra e a autarquia comprometem-se a realizar as obras necessárias para a abertura da biblioteca até 1 de abril de 2025 e inaugurar o espaço até 1 de maio de 2025. De acordo com o protocolo, em obras e equipamento prevê-se um investimento de 100 mil euros (distribuídas por 2024 e 2025) e, para a programação, 20 mil por ano.
De acordo com a proposta, Carlos Fiolhais vai colaborar no desenvolvimento do projeto cultural, na dinamização das suas atividades, sem qualquer renumeração, na organização das atividades, privilegiando a ligação entre as artes, as ciências e as tecnologias, através de apresentações de livros, dinamização de tertúlias, debates, workshops e representações ligadas a livros.
Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | João Ferrand