A mostra reúne uma seleção de 30 mapas, do século XVIII, ilustrativos do espaço ibero-americano, pertença da coleção de cartografia da BMC. São uma preciosa amostra do universo de mapas produzidos no século das Luzes, espelho da emergência epistemológica da disciplina cartográfica, nesta nova visão científica e política do século XVIII, em que o mapa se configura como ferramenta indispensável à perceção dos territórios que os agentes políticos controlavam. É um pretexto para mostrar exemplares que, tendo sido documentos de trabalho e de saber, se afiguram hoje como objetos de criação artística.
Estes mapas integram, sobretudo, o Atlas Universel, da família Vaugondy, e o Atlas Encyclopedique, de Rigobert Bonne, sendo individualizados os documentos onde figuram os espaços da Península Ibérica e da América Latina, segundo as suas escalas, da mundial à continental, da regional à urbana. Organizada pela Divisão de Bibliotecas e Arquivo Histórico, a exposição vai estar patente ao público até ao dia 28 de março, na Galeria Pinho Dinis, Casa Municipal da Cultura.
Amanhã terá, também, lugar a apresentação do catálogo com o mesmo título, contando com a presença dos autores científicos da obra: João Carlos Garcia, da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, e Luís Miguel Moreira, da Universidade do Minho – Instituto de Ciências Sociais. Foram impressos 500 exemplares e a edição vai estar à venda, pelo valor de 10 euros, na Livraria Municipal e noutros espaços do Município.
De referir, a propósito, que esta mostra surge na sequência de um projeto de financiamento da Fundação Mapfre – que contemplou a CM de Coimbra e o Arquivo Nacional do Chile – , através do qual o Município levou a cabo o restauro e a digitalização dos mapas – efetuado no agora designado Centro de Informação Geoespacial do Exército – do Tomo I e X do Atlas Universel, da família Vaugondy, que compõem a publicação agora editada, que, ainda, reúne um conjunto de mapas do Atlas Encyclopedique, de Rigobert Bonne, digitalizados pelos serviços municipais.
A exposição procura dar continuidade à valorização da coleção de cartografia da BMC, na vertente de “difusão e comunicação”. Pretende-se mostrar aquilo que de mais motivante o património bibliográfico pode significar: uma forma cultural de alto significado social e artístico, com forte potencial comunicativo, que as instituições com vocação patrimonial para a salvaguarda do património documental devem explorar.