30 Janeiro 2024

Estudo sobre microrreservas de Coimbra identifica 36 áreas de proteção da biodiversidade

Estudo sobre microrreservas de Coimbra identifica 36 áreas de proteção da biodiversidade

O estudo das microrreservas do concelho identifica 36 áreas consideradas relevantes para a conservação e a proteção da biodiversidade. Completa-se, desta forma, mais um ciclo de planeamento da Rede Municipal de Microrreservas de Coimbra (RMMC), aprovada pelo Município em junho de 2022, e inicia-se o caminho para a proteção destas áreas ou, nos casos em que for possível, para a utilização sustentável dos espaços. As 36 áreas foram apresentadas hoje, dia 30 de janeiro, em conferência de imprensa, na Junta de Freguesia (JF) de São João do Campo, com a presença do presidente da Câmara Municipal (CM) de Coimbra, José Manuel Silva, do vereador do Ambiente da CM de Coimbra, Carlos Matias Lopes, dos representantes da Associação Mil Voz – Associação de Proteção e Conservação da Natureza, Manuel Malva e Pedro Gomes, bem como do presidente da JF, Dinis Pereira.

A CM de Coimbra, em estreita articulação com a MilVoz – Associação de Proteção e Conservação da Natureza, identificou 36 “hotspots de biodiversidade”, ou seja, áreas de elevado valor biológico no concelho com maior prioridade de preservação e de conservação: Fujaca, Vale de Cavalos, Rio dos Fornos, Quinta do Resmungão, Vilarinho de Cima, Quinta da Madre de Deus, Quinta da Pedrancha, Quinta Senhora da Piedade, Escravote, Vale do Seixo, Mata de Santa Catarina, Mata da Geria, Ingote, Quinta Grande, Vale de Figueiras, Penedo da Meditação, Quinta de São Domingos, Mata da Escola Agrária, Quinta da Raposa, Carrascal da Várzea, Lajes – Quinta da Nora, Pinhal de Marrocos, Quinta da Bica, Copeira, Mata de São Jorge de Milreus, Quinta da Urgeiriça, Palheira, Quinta da Fonte de Canas, Vale de Cântaro – Abrunheira, Bera, Morena, Sobreirinhas, Senhora da Alegria, Serra de São Domingues, Choupanas e Monforte.  Entre os 36 espaços, cinco são considerados prioritários: Escravote, Mata de Santa Catarina, Mata da Senhora de Alegria, Copeira e Quinta da Urgeiriça. Após este levantamento, vai seguir-se, agora, um trabalho de identificação e de georreferenciação mais apurado de cada uma das 36 novas áreas para futuramente integrarem a rede de microrreservas do concelho, explicou o vereador do Ambiente. Carlos Matias Lopes, deu ainda conta que o Município está a procurar reforçar o financiamento para assegurar a preservação e a conservação das áreas de elevado valor biológico. O vereador garantiu também que as zonas “mais sensíveis”, vão ser alvo de intervenção pelo Município até ao final do mandato.

 

Por sua vez, o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, congratulou-se com o trabalho do Departamento de Ambiente e Sustentabilidade, em articulação com a MilVoz, sublinhando que este foi um dos motivos para a criação desta unidade orgânica no Município. José Manuel Silva garantiu que a identificação dos “hotspots” será tida em conta no âmbito da revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), para evitar que estas zonas possam ser “destruídas por interesses económicos”. O presidente salientou ainda a importância de a autarquia trabalhar em estreita articulação com as associações ambientalistas para a preservação da biodiversidade do concelho.

 

Vários dos “hotspots” – afirma-se no estudo MilVoz – Associação de Proteção e Conservação da Natureza – localizam-se em zonas de difícil acesso, fator que provavelmente desencorajou, ao longo dos tempos, a sua utilização, modificação ou destruição, permitindo a manutenção da sua integridade até à atualidade. “Estas áreas de elevado valor biológico, para além de atuarem enquanto autênticos testemunhos de habitats do passado – sublinha-se – assumem uma muito elevada importância na manutenção dos níveis de biodiversidade do território, consistindo em habitat favorável ao refúgio, reprodução e sobrevivência de inúmeras espécies da fauna e da flora, onde se incluem espécimes raros ou ameaçados, bem como endemismos lusitanos ou ibéricos”, explica o documento.

 

Nestas áreas – descreve-se no trabalho – “verifica-se o predomínio de bolsas florestais representativas da vegetação endógena característica da região, sobretudo representada por formações reliquiais de carvalhal, louriçal e adernal”. Outros habitats foram, também, mais pontualmente identificados, nomeadamente sobreirais, bosques mediterrânicos mistos, galerias ripícolas ou zonas húmidas e áreas de mosaico de paisagem diversificado.

 

Com este estudo, ganha-se, assim, uma ideia alargada sobre o património natural do concelho. O conceito de microrreserva é um conceito diferenciador de fazer conservação natureza à escala local, pouco disseminado no país, mas que vai permitir adotar medidas de utilização sustentável dos espaços, garantindo a funcionalidade ecológica a proteção do património natural. O trabalho obedeceu a cinco critérios, nomeadamente a raridade da ocorrência do habitat, estado de preservação dos valores naturais, ocorrência de espécies raras ou ameaçadas, estágio da sucessão ecológica e extensão contínua do hotspot.

 

 

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