Um dos objetivos principais do plano de plantações prevista para 2024/25 consiste na reposição de árvores em caldeiras vazias no espaço urbano de Coimbra, em contexto de arruamento, com foco, sobretudo, na qualidade da intervenção urbanística. Trata-se de um investimento considerável, de 400 mil euros, uma vez que existirá a necessidade de se retirar cepos antigos, refazer caldeiras (lancis, calçadas e outros pavimentos) e plantar novas árvores com calibres adequados a arruamentos. Segundo os dados obtidos no cadastro do arvoredo urbano (referente ao perímetro urbano), concluído em março de 2022, existem 1.094 caldeiras vazias em arruamentos.
Até ao final deste ano, será efetuada uma avaliação das caldeiras, no sentido de se apurar a quantidade de caldeiras passiveis de manter a sua função original de colocação de um novo exemplar arbóreo. De ressalvar que muitas destas situações revestem-se de complexidades técnicas e, por isso, estão dependentes de projetos específicos de intervenção – por exemplo, situações de conflitos com infraestruturas, conflitos com edificações, tamanho reduzidos das caldeiras, competição com outros exemplares arbóreos mais desenvolvidos, caldeiras abertas em espaços rochosos, caldeiras abertas por cima de antigas vias, ou outras situações que, até ao momento, não tiveram viabilidade técnica para plantações.
Outra das medidas importantes do plano para 2024/25 prende-se com a criação do novo Bosque dos Loios, entre a Rua Miguel Torga, Rua Alberto Oliveira e Quinta de São Jerónimo. De acordo com os dados dos serviços, trata-se de um investimento de 70 mil euros só para a plantação de 500 árvores no novo bosque. Este projeto visa a criação de um novo espaço verde dedicado à preservação e recuperação da flora autóctone, promovendo elementos de resiliência ambiental e consequentemente os serviços dos ecossistemas. O foco principal assenta no compromisso de reposição de elementos vegetais com o respetivo enquadramento fitossociológico e que, originalmente, habitavam o local, promovendo a biodiversidade e resgatando a identidade ambiental da região.
A intervenção vai concentrar-se, para além da preservação dos elementos vegetais existentes com interesse de conservação, na reintrodução de novas espécies arbóreas, bem como de elementos arbustivos. No local serão, ainda, instalados equipamentos de lazer e colocado mobiliário urbano, devidamente enquadrado.
Referência, ainda, para outas intervenções previstas no plano, como, por exemplo, a plantação de 21 árvores na Rua do Ultramar (4.200 euros), seis árvores na Rua 4 de Julho (1.200 euros), 25 árvores no Skate Parque (3.750 euros), 30 árvores na Quinta da Fonte (12.000 euros) e 15 árvores no Jardim dos Patos (3.000 euros). Por fim, no quadro do programa de incentivo à plantação de árvores nas freguesias do concelho de Coimbra, vão ser investidos 5.000 euros na plantação de 50 árvores.
Para além do novo investimento previsto para 2024/25, onde se destaca a reposição de árvores nas caldeiras e a criação de um bosque nos Loios, o plano inclui, ainda, uma plantação prevista no âmbito da empreitada de requalificação da Estrada de Eiras, onde já começaram a ser plantados alguns exemplares. Transita, assim, para 2024/25, no quadro desta obra, a plantação de 237 árvores, num investimento de 48 mil euros.
Constam, também, do plano, embora não contabilizadas por estarem de cargo de outras entidades, no caso da Metro Mondego (MM) e a Infraestruturas de Portugal (IP), plantações que transitam para 2024/25: 436 árvores e 2.077 arbustos e subarbustos na Ribeira do Vale das Flores e 106 árvores na Avenida Ferrer Correia, a cargo da MM, e a plantação de 20 árvores nos bosquetes Rua Dom João III, a cargo da IP.
Recorde-se que, na semana passada, a (CM) de Coimbra plantou 97 árvores no concelho, do conjunto das 120 previstas na candidatura ao Compete 2020 – “Aviso 11/REACTEU/2021 – (Re)arborização de espaços verdes e criação de ilhas-sombra em meio urbano”. O Município vai, ainda, assumir, também até ao final do ano, a plantação de mais 25 exemplares, o que totaliza, no conjunto dos dois procedimentos, 145 novas árvores plantadas. Estas plantações inserem-se no processo de candidatura, com financiamento total, que implicou um estudo base, as ações necessárias ao seu cumprimento (abate) e consequente estabilização (plantação) – de acordo com Aviso 11/REACT-EU/2021 “Transição Climática / Intervenções de Resiliência dos territórios face ao risco – (Re)arborização de espaços verdes e criação de ilhas” e que, na anterior fase, levou ao abate de 135 árvores que apresentavam risco de queda. As árvores em risco foram identificadas no relatório fitossanitário que analisou 420 exemplares, onde foi efetuada a análise e a categorização desse risco, tendo sido identificado um número considerável de árvores passíveis de ações de correção, para além de 135 casos de risco muito elevado, que tiveram como recomendação o abate como forma de mitigação do risco, não sendo possível recuperá-las.
Créditos fotográficos: Câmara Municipal de Coimbra | Nuno Ávila