29 Setembro 2023

Coimbra desenvolve estratégia para duplicar o volume de negócios até 2032

Coimbra desenvolve estratégia para duplicar o volume de negócios até 2032

A criação de ‘clusters’ de inovação, a retoma da capacidade industrial e o foco em áreas como a saúde e tecnologia são algumas das propostas da Estratégia para o Desenvolvimento Económico de Coimbra, que quer duplicar o volume de negócios do concelho até 2032, e cuja versão provisória foi apresentada na quarta-feira, dia 27 de setembro, na reunião do Conselho Estratégico Municipal para o Desenvolvimento de Coimbra (CEMDC). O presidente do iParque, Ricardo Lopes, adiantou que está definido um prazo de três meses para a conclusão do documento definitivo.

O documento estabelece já várias medidas, que poderão ser adensadas e acrescentadas nos próximos três meses, com o objetivo de duplicar o volume de negócios do concelho até 2032, recuperando do atraso face a municípios referência (concelhos com uma população entre 100 mil e 200 mil habitantes).

 

Redirecionar gastos em infraestruturas por parte do município para o apoio ao dinamismo empresarial, criar uma estratégia de economia de ecossistema que coloque vários agentes públicos e privados a trabalhar num mesmo sentido, reduzir a burocracia no município, criar ‘clusters’ de inovação que aproximem as empresas da investigação científica, aplicar a taxa máxima de IMI sobre imóveis devolutos e reconverter ativos de grande dimensão abandonados (como é o caso dos esqueletos industriais da Pedrulha) são algumas das medidas plasmadas no documento.

 

O trabalho em torno da estratégia está a ser feito pela Câmara Municipal de Coimbra, iParque e Deloitte, com supervisão da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) e do Instituto Superior de Contabilidade e Auditoria de Coimbra (ISCAC), estando também nele incluído um inquérito a cidadãos e empresas com mais de 3.000 respostas. O documento nota que o Município apresenta um volume de negócios de 3,6 mil milhões de euros em 2021, sendo apontado um objetivo de se chegar entre os seis mil milhões e os oito mil milhões de euros em 2032, com uma média de crescimento anual de cerca de 7%.

 

A estratégia defende uma melhoria da eficiência do licenciamento de projetos industriais, a formação e atração de talento em setores-chave, a melhoria da mobilidade do concelho, a captação proativa de investimento externo e, ainda, estimular o crescimento das empresas locais, ajudando nas oportunidades de financiamento e no desenvolvimento de novas competências. “Com uma estratégia de economia de ecossistema, assentes numa visão partilhada e princípios de cooperação, o Município de Coimbra tem espaço para recuperar o atraso económico até 2032”, aponta o documento.

 

Ricardo Lopes considera que a estratégia aponta como áreas fundamentais a tecnologia e a saúde, assim como a recuperação do seu setor industrial. Se por um lado será necessário “ajudar as empresas já existentes e instaladas”, é preciso o Município ter “a proatividade de ir lá fora e ir atrás de empresas que possam investir no concelho”, notou. O presidente do Conselho de Administração do iParque adiantou, ainda, que o trabalho de inventariação de imóveis disponíveis para a instalação de empresas já começou a ser feito pelo município, estando agora perspetivada a criação de um catálogo para poder apresentar a potenciais investidores.

 

Já sobre o investimento em infraestruturas, Ricardo Lopes salientou que esse deve ser feito por privados. “Se Coimbra for atrativa para as empresas, haverá investidores interessados em criar esse tipo de espaços. A Câmara tem de ser ágil é no licenciamento e oferecer serviços que entusiasmem e fixem as pessoas na cidade”, sustentou, considerando ainda que  a captação de investimento só será feita com a “união de toda a gente”, tendo sido essa “a fórmula mágica” conseguida para a atração da Airbus.

 

LUSA/CM de Coimbra

Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now.

×