25 Setembro 2023

Câmara apresenta plano municipal que prevê a criação de mais de 200kms de ciclovias

Câmara apresenta plano municipal que prevê a criação de mais de 200kms de ciclovias

A Câmara Municipal (CM) de Coimbra apresentou ontem, dia 24 de setembro, o Plano Municipal de Ciclovias, no Pavilhão Centro de Portugal, no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade. O Plano Municipal de Ciclovias prevê a criação de 209 quilómetros de novas ciclovias no concelho, num projeto que deverá ter um prazo de implementação de, pelo menos, 10 anos. Um plano que, segundo a vereadora da Mobilidade e Transportes da CM de Coimbra, Ana Bastos, irá provocar “uma reformulação completa da cidade”.

O Plano Municipal de Ciclovias prevê a adição de 209 quilómetros de novas ciclovias à atual rede, que tem 26 quilómetros. Um documento que prevê uma rede de 110 quilómetros de ciclovias estruturantes e 125 quilómetros de rede local, incluindo as infraestruturas já existentes e planeadas e as propostas pelo próprio documento. As ciclovias estruturantes (que ligam diferentes zonas da cidade) estão projetadas para a rua do Brasil, rua Miguel Torga, avenida Dias da Silva, rua Nicolau Chanterene, avenida Calouste Gulbenkian e avenida Sá da Bandeira, assim como nas ligações na margem esquerda ao Hospital dos Covões e à Escola Superior Agrária, entre outras.

 

“As estruturantes são vias voltadas para os grandes movimentos, que podem ter potencial de captação de maior quantidade de ciclistas e que ligam a cidade, entre grandes pontos de origem e grandes pontos de atração”, salientou Ana Bastos. A vereadora considerou, ainda, que Coimbra tema ciclovias voltadas para “o lazer e para o desporto”, sendo necessário agora “entrar na cidade com ciclovias voltadas para a transferência modal”.

 

Ana Bastos admite que este será também um processo de alteração “das mentalidades” e, por isso mesmo, propõe-se a ser um plano a longo prazo e executado “de forma gradual”, com medidas progressivas e acompanhadas de “uma campanha de sensibilização e envolvimento da população”.
“Queremos agora também perceber até que ponto a cidade quer esta mudança ou manter a política tradicional de mais espaço para carros. Essa não é a minha visão da cidade. A cidade deve ser cada vez mais voltada para as pessoas, com bons passeios e ciclovias e a restante componente de distâncias mais longas deve ser garantida pelo transporte coletivo”, defendeu.

 

A execução do plano terá como prioridade a criação das vias estruturantes, numa expansão da rede que se quer “contínua e lógica”, adiantou. A vereadora revelou, ainda, que algumas das ciclovias poderão começar por ser zonas de partilha com os carros, reduzindo a velocidade máxima para os automobilistas para “30 quilómetros por hora” e com “alteração física da infraestrutura, com gincanas e lombas”.

 

Como exemplo daquilo que o município pretende fazer, juntamente com o plano de ciclovias, foi apresentado ontem um projeto já consolidado entre o Alto de São João e o Cidral, abrangendo a Estrada da Beira, onde está prevista uma ciclovia bidirecional, arborização de todo o eixo e a transformação de parte do troço em sentido único. A requalificação daquele troço já tinha um projeto do anterior executivo, já adjudicado, mas o município decidiu parar a empreitada, revê-la de forma acentuada e esperar agora por financiamento para a retomar, explicou. Com a criação dessa ciclovia e aproveitando a rede já existente, será possível “ir da Estação Velha [na Baixa] até à Escola Eugénio de Castro, sempre de bicicleta”, considerou Ana Bastos.

 

O plano municipal implica um investimento de cerca de 25 milhões de euros, mas os custos poderão ser mais avultados, caso estejam associados à requalificação de infraestruturas subterrâneas, referiu a vereadora. De acordo com Ana Bastos, a concretização da rede estará muito dependente de financiamento, criticando o facto de o Governo ter lançado, em 2019, a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável sem um pacote financeira associado. A vereadora da CM de Coimbra espera agora que o próximo quadro comunitário possa dar “resposta a esse desiderato”, por forma a poder começar a executar o plano traçado.

 

LUSA/CM de Coimbra

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