A sessão solene de instalação dos órgãos do Município de Coimbra levou centenas de pessoas, ontem, ao Convento São Francisco. José Manuel Silva tomou posse como novo presidente da CM Coimbra, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/NC/PPM/A/RIR/V). O recém-empossado presidente começou por agradecer ao anterior executivo e aos que estiveram ao seu lado na corrida eleitoral. “Permitam-me que, na pessoa do Dr. Manuel Machado, comece por exaltar e agradecer aos que hoje terminam o seu ciclo autárquico, por terem dado o seu melhor e dedicado a Coimbra grande parte da energia das suas vidas, fazendo desta maravilhosa pólis o que ela é hoje. (…) Em segundo lugar, quero e devo agradecer aos que nos ajudaram e conduziram até aqui”, salientou.
O novo presidente garantiu que será com “seriedade e determinação” que o seu executivo irá gerir o futuro do município nos próximos quatro anos, considerando fundamentais os trabalhadores camarários para “o êxito dessa missão”. “Contamos com todas e com todos, sem exceção, bem como com as suas críticas e sugestões, que agradecemos e são essenciais à melhoria contínua da qualidade”, referiu José Manuel Silva, defendendo também “a cultura do mérito, legalidade e responsabilidade” na orientação da ação dos titulares de cargos dirigentes. E acrescentou que o seu primeiro despacho será, simbolicamente, a nomeação da candidata Joana Filipa Oliveira para o cargo de diretora do Departamento Jurídico no âmbito de um procedimento concursal.
José Manuel Silva falou ainda das prioridades imediatas do seu executivo. O autarca defendeu a importância de a Câmara “trabalhar em conjunto com as principais instituições do concelho, unindo esforços, aproveitando sinergias e multiplicando o imenso potencial de Coimbra”, revelando que a primeira reunião de trabalho, ainda informal e sem agenda, foi hoje, com o reitor da Universidade de Coimbra (UC), Amílcar Falcão. “Temos muito para conversar e pensar, temos muito para trabalhar por e para Coimbra”, acrescentou.
Outra prioridade será tornar a Câmara “uma organização eficiente e sem papel”. “Todos os documentos produzidos internamente serão em formato digital, nas configurações já definidas, e deixarão de ser reproduzidos em papel. De igual modo, todos os requerimentos e documentos que já estão disponíveis nos serviços online da Câmara Municipal de Coimbra passarão a ser entregues apenas em formato digital, não sendo necessária a sua entrega em papel, salvo alguma situação de força maior”, avançou José Manuel Silva, considerando urgente “desburocratizar e tornar mais transparentes os processos camarário”. “Teremos também de trabalhar com a AIRC no sentido da evolução tecnológica das suas soluções informáticas e da melhoria da sua proficiência”, acrescentou.
A captação de investimento para o concelho foi outra das prioridades focadas por José Manuel Silva. “A via verde para o investimento vai ser uma realidade a todos os níveis e iremos constituir um Conselho Estratégico para o Desenvolvimento. Queremos uma Coimbra altamente competitiva. Sem um forte investimento não há desenvolvimento”, considerou o novo presidente, revelando que já estão agendadas reuniões com investidores e empresários. “Temos condições únicas para nos tornarmos um dos concelhos mais dinâmicos do país. Será numa moderna reindustrialização e na forte assunção de Coimbra como motor do progresso económico, cultural e tecnológico, regional e nacional, que concentraremos muitos dos nossos esforços”, adiantou.
José Manuel Silva focou, ainda, alguns pontos do programa eleitoral, tais como o “ambiente, o rio Mondego, a Capital Europeia da Cultura 2027, a intervenção social, a saúde, a metrópole digital e cosmopolita, a recuperação da zona histórica, o turismo, o empreendedorismo, os transportes, a educação, a habitação e a ameaça demográfica” e garantiu, ainda, que irá lutar “assertivamente por uma real desconcentração do Estado, com a transferência para Coimbra do Tribunal Constitucional e do Supremo Tribunal Administrativo, e não só, pelo acelerar da instalação da Entidade da Transparência e por outras questões cruciais como a alta velocidade, a extensão do Metrobus ao polo I da UC, a transferência da penitenciária e a construção do novo palácio da Justiça, a comparticipação do Estado no custo social dos SMTUC”.
José Manuel Silva pediu, ainda, a todos “indulgência durante os primeiros dois anos de governação”, explicando que “por falta de tempo útil, só o Orçamento e as Grandes Opções do Plano para 2022-2023 refletirão a nova e fervilhante filosofia CulTec para Coimbra”, mas garantiu que o executivo municipal trabalhará arduamente “para que as diferenças se comecem a sentir a curto prazo”. “Acreditamos que temos a competência e uma equipa empenhada e de alto desempenho que permitem dar asas à nossa vontade coletiva de acelerar e desenvolver Coimbra”, salientou o novo presidente, concluindo: “(…) trabalharemos sem descanso para concretizarmos a esperança e as elevadas expectativas, que também são as nossas, de quem confiou e confia em nós, assim como de quem ainda nos olha com natural desconfiança. Contamos com a vossa ajuda”.
José Manuel Silva terminou o seu discurso a desejar que ontem fosse eleita “a primeira mulher para presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Coimbra”. Contudo, na primeira sessão da Assembleia Municipal, que decorreu meia hora depois da cerimónia de tomada de posse dos órgãos autárquicos, a lista proposta pelo PS e pelo movimento Cidadãos por Coimbra, encabeçada por Luís Marinho, acabou por ser eleita pelos deputados municipais, com 23 votos a favor, contra a lista da coligação Juntos Somos Coimbra, encabeçada por Lídia Pereira, que obteve 22 votos. Luís Marinho volta, assim, a presidir à Assembleia Municipal de Coimbra, pelo terceiro mandato consecutivo. Registaram-se ainda cinco votos em branco e um nulo.