6 Dezembro 2016

Rua Lourenço Almeida Azevedo com intervenção nas árvores, passeios, caldeiras e estacionamento

Rua Lourenço Almeida Azevedo com intervenção nas árvores, passeios, caldeiras e estacionamento

A Rua Lourenço Almeida Azevedo vai ser alvo de uma beneficiação que inclui intervenção especializada nas árvores e reformulação de passeios, caldeiras e baias de estacionamento. O respetivo anteprojeto integrou a agenda da reunião camarária e esta intervenção enquadra-se, também, no projeto Caminho Pedonal Cruz de Celas – Baixa, que engloba o Largo da Cruz de Celas, a Rua Augusto Rocha e a Rua Lourenço de Almeida Azevedo. Em fase de anteprojeto, calcula-se que a intervenção nestes três locais tenha um custo de 693.240 euros. A intervenção nos três locais está incluída no Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS) do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) de Coimbra.

A Rua Lourenço de Almeida Azevedo insere-se dentro do perímetro de influência da zona classificada como Património Mundial. Existem atualmente diversas deficiências a nível dos passeios e vias, provocadas pelo desenvolvimento de raízes superficiais. Alguns moradores queixam-se que as raízes de árvores penetraram nas habitações e estão a danificar os imóveis. Dada a idade e as características das espécies de árvores que ladeiam esta rua, foi desenvolvida uma proposta de intervenção que preservasse a imagem desta artéria e garantisse a acessibilidade e qualidade do espaço urbano.

A Lourenço Almeida Azevedo apresenta estacionamento automóvel em toda a sua extensão, o qual é muitas vezes abusivo, desrespeitador das árvores existentes, das paragens de autocarro e passadeiras. É ainda frequente haver carros estacionados em segunda fila. A intervenção partirá do pressuposto que se pretende valorizar e proteger o património arbóreo e a memória coletiva da cidade em detrimento dos lugares de estacionamento. 

A intervenção deverá melhorar as condições de permanência das árvores, através do aumento de caldeiras e da área permeável; intervir na estrutura das árvores de modo a reduzir o grau de perigosidade de queda de ramos; mitigar os efeitos do desenvolvimento de raízes superficiais; disciplinar o estacionamento automóvel; melhorar as condições de transitabilidade pedonal ao longo da rua; dignificá-la, intervindo de modo a atribuir-lhe um perfil funcional e digno, consentâneo com o seu valor patrimonial.

Na sequência de variadas queixas de munícipes relativamente ao estado de degradação do arruamento devido ao desenvolvimento das raízes, queda de ramos e de danos causados em imóveis, a CMC encomendou um estudo a uma empresa da especialidade para realizar uma avaliação dos exemplares arbóreos desta rua. O mesmo contém uma avaliação de cada espécimen arbóreo no que respeita à sua estrutura e risco de rutura, vitalidade, sinais de doenças e pragas, sintomas de problemas fisiológicos e/ou mecânicos. 

É referido no relatório que as intervenções de abate, poda de ramos com elevada relação comprimento/diâmetro e seleção dos mesmos para conformação de copa apresentam uma prioridade elevada. No que respeita ao desenvolvimento de raízes superficiais, avisa o relatório que é de rejeitar a hipótese de corte de raízes para posterior reparação de pavimentos uma vez que este tipo de intervenção, neste caso em particular, seria muito danoso para as árvores, comprometendo a sua sobrevivência e, em especial, muito perigoso para pessoas e bens, uma vez que a ancoragem dos indivíduos seria fortemente afetada.

O relatório refere que existe uma relação direta entre a reduzida dimensão das caldeiras e o aparecimento de raízes superficiais, pelo que avança com a sugestão de aumentar a superfície disponível para a infiltração de água e oxigénio, ou seja, aumento das caldeiras das árvores.

A intervenção proposta para a requalificação da Rua Lourenço Almeida de Azevedo engloba duas operações distintas, mas complementares: a intervenção por empresa especializada nas árvores e a reformulação dos passeios, caldeiras e baias de estacionamento de modo a compatibilizar o desenvolvimento expectável das árvores com a circulação e mobilidade pedonal, estacionamento automóvel e operacionalidade dos transportes públicos.

São propostos abates de árvores, de modo a garantir um espaçamento médio de 15 metros entre elas, permitindo o desenvolvimento pleno das copas e reduzindo a competição por nutrientes e espaço a nível radicular. A decisão de aumentar o espaçamento entre árvores foi baseada num estudo da extensão real das copas das árvores existentes. As árvores propostas para abate têm copas reduzidas pelo que o impacto visual da sua remoção será reduzido. 

O maior impacto irá acontecer no troço junto à Praça da República, junto às habitações existentes. É neste local que se encontram exemplares que estão a provocar sérios danos aos imóveis contíguos como atestam as reclamações rececionadas na CMC, pelo que se entende justificável o seu abate. O aumento do espaçamento entre árvores será benéfico tanto para as árvores como para os moradores, uma vez que haverá maior penetração de luz na Rua. 

De modo a garantir a uniformidade de plantação ao longo do arruamento, prevê-se a plantação de novas árvores que deverão manter a lógica de floração que esta rua simboliza. Todas as árvores a manter serão protegidas adequadamente de modo a não sofrerem golpes, compactação da sua área radicular ou quebra de ramos durante a intervenção prevista.

A via será pavimentada em tapete betuminoso e a zona de estacionamento será demarcada em cubo de granito, aumentando assim a área permeável junto às árvores. Os lugares de estacionamento existentes no passeio do lado esquerdo (sentido ascendente) são mantidos na sua totalidade, sendo possível introduzir cinco novos lugares de estacionamento. No passeio do lado direito (sentido ascendente) será necessário reduzir os lugares de estacionamento e é introduzida uma passadeira junto à Praça da República. No troço entre o Campo de Santa Cruz e a Rua Pedro Monteiro propõe-se a alteração dos estacionamentos em espinha para estacionamento paralelo à via. 

As passadeiras existentes irão conter lancis rebaixados e pavimento podo-tátil de acordo com as normas de aplicação definidas conjuntamente entre a Câmara Municipal e a ACAPO. É, claramente, definida uma baia para paragem de autocarro de modo a impedir estacionamento indevido, o qual interfere na tomada e largada de passageiros. A paragem de autocarro é mantida no mesmo local.

A calçada existente será levantada e reassentada de modo a eliminar deformações e a uniformizar pendentes. A maioria das raízes das árvores será acomodada dentro das caldeiras alargadas. Nos casos em que as raízes têm um desenvolvimento superficial alargado, o seu enquadramento no passeio será feito através da interrupção do pavimento em cubo calcário e introdução de um material permeável e flexível que seja capaz de se moldar e ajustar consoante o crescimento das raízes. As caldeiras serão delimitadas por uma fiada dupla de calçada fina assente em argamassa de betão.

Em paralelo com a intervenção neste arruamento irá ser revista a distribuição de postes de iluminação pública de modo a se compatibilizar com a localização das árvores a reter e as novas árvores.

 

 

 

Your browser is out-of-date!

Update your browser to view this website correctly. Update my browser now.

×